Bolsonaro e Mourão se suportam como se estivessem em um casamento que já chegou ao fim

Na linguagem popular diz-se que dois bicudos não se bicam, não é assim? Nos estudos da língua portuguesa, eu costumo me apropriar de um tratado chamado de paremiologia: que é quando a gente estuda o significado dos ditados populares e a visão que esses ditados refletem.

Dois bicudos não se beijam é uma expressão popular que significa que duas pessoas que convivem perto - ou próximas - uma da outra, e que têm temperamentos fortes, quase sempre não se entendem. Elas não se entendem, mas como precisam conviver e essa convivência jamais será em harmonia, cada um dá seu jeito.

Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o vice Hamilton Mourão (PRTB) não tomam café na mesma xícara.

Vez ou outra Mourão dá uma estocada no comportamento do presidente e Bolsonaro, por sua vez, dá um chega pra lá, no vice. E os dois vão se suportando, como em um casamento que de há muito tempo já chegou ao fim, mas os “pombinhos” vivem as aparências da convivência suportável. Sem tapas, sem beijos.

Neste terça-feira (9), a crise tornou-se ainda mais aguda, quando Jair Bolsonaro reuniu a equipe ministerial e excluiu o vice-presidente. Logo depois, Hamilton Mourão, que chefia o Conselho Nacional da Amazônia, deu o troco. Mesmo convidado, não compareceu a uma solenidade no Palácio do Planalto de lançamento de um programa do governo destinado a buscar investimentos privados para a preservação ambiental, iniciando pela Amazônia.

Mas cedo, Mourão disse não ter ficado chateado com a deselegância do presidente. À noite, Jair Bolsonaro justificou a ausência do vice, no Planalto, com uma simples “ele está trabalhando…”.

Ou Bolsonaro e Mourão partem para uma separação amigável e avisam aos aliados que já não dividem o mesmo ambiente ou o presidente e o vice fazem uma popular DR, discutir a relação afim de se suportarem até 31 de dezembro de 2022.

Pense nisso!