Opinião

Repórter conseguiu constranger Bolsonaro não tanto pela pergunta que fez, mas pela não-resposta do presidente

Leia a opinião de Romoaldo de Souza

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Romoaldo de Souza

Publicado em 25/02/2021 às 6:49 | Atualizado em 25/02/2021 às 6:53
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Nas aulas de teorias da comunicação eu - na condição de educador - recomendo distanciamento e respeito com o entrevistado, mas nunca, jamais, o repórter deve ter receio de fazer uma constrangedora pergunta. Em geral, autoridades gostam de perguntas que “levantem a bola” para que “matem no peito”.

Eu me apeguei a essa metáfora, bem usual no meio futebolístico, para dizer que ontem, um repórter conseguiu constranger o presidente da República, não tanto pela pergunta que fez, mas pela não-resposta de Jair Bolsonaro (sem partido).

O jornalista estava perguntando ao presidente qual a avaliação que Bolsonaro fazia “da decisão do STJ [Superior Tribunal de Justiça] de derrubar a quebra dos sigilos fiscais…”. O repórter queria saber sobre um processo que o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), responde na Justiça, naquele caso das “rachadinhas”, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Bolsonaro [o pai] de antecipou, interrompeu a pergunta e sentenciou: "Acabou a entrevista".

É assim que funciona, numa sociedade democrática. O papel do jornalista é ir atrás da informação, fazer o questionamento, e com respeito provocar. Se o entrevistado não tiver ou não quiser dar as resposta, pode - muito bem - dizer que não quer responder à pergunta e parte para outra ou foge como fez o presidente. É uma tática!

Pense nisso!

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