A máquina pública brasileira sofre da pandemia dos cargos comissionados
Leia a opinião de Romoaldo de Souza
A máquina pública brasileira, nos três níveis da federação municipal, estadual e federal, “sofre” de uma pandemia que não tem vacina, não tem cloroquina, não tem spray que dê jeito. É a pandemia dos cargos comissionados.
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São servidores nomeados em funções comissionadas nos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. A estimativa do Ministério da Economia é de que só no nível federal sejam perto de 15 mil cargos. É bem isso. São 15 mil funcionários que estão trabalhando no governo federal, seja no Congresso, no Judiciário, ou nos cargos do Poder Executivo que entraram, como se diz na linguagem popular, “pela janela”.
Causou surpresa em Brasília, quando nos primeiros dias de mandato de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, ele exonerou de uma canetada só, quase 500 cargos comissionados só dos 11 [deputados] integrantes da Mesa Diretora da casa. É bem isso, apenas 11 deputados que comandam a Câmara, concentram quase 500 assessores. Isso sem contar os demais assistentes a que os 513 deputados e 81 senadores têm direito. Assim, por baixo, calcula-se que o Congresso Nacional tenha mais de 3 mil assessores nessas condições.
No Poder Judiciário o número de cargos comissionados, em relação aos demais poderes, é proporcionalmente inferior, mas também há nomeações de assessores.
Essa praga de cargos comissionados se espalha pelos governos estaduais e as prefeituras. Seria impreciso afirmar que todos são colocados ali apenas por serem apadrinhados pelos partidos políticos, que apoiam os gestores de plantão. Mas em todas as situações, acaba sobrando para o contribuinte que é quem arca com esse tipo de excrescência.
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