Nota de repúdio das Forças Armadas contra Aziz reforça tese de que oficiais estão caçando chifre em cabeça de cavalo
Chegado a rompantes vernaculares, o presidente da CPI da Covid reclamou de alguns militares que repetidamente aparecem nas investigações, envolvidos em denúncias de sobrepreço na compra de imunizante para enfrentar a pandemia
A nota de repúdio assinada pelo ministro da Defesa, general Braga Neto, e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, contra declarações do presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), reforça a tese de que na falta do que fazer, os oficiais ficam procurando inimigo imaginário. Na linguagem popular: caçando chifre em cabeça de cavalo.
Chegado a rompantes vernaculares, Aziz reclamou de alguns militares que repetidamente aparecem nas investigações da CPI, envolvidos em denúncias de sobrepreço na compra de imunizante para enfrentar a pandemia: "Os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia (…) Fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo, fazia muitos anos,” disse o presidente da CPI.
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Foi o suficiente para tirar os militares do ócio criativo e levá-los a escrever uma extemporânea nota considerando "grave, infundada e irresponsável" a fala do senador. "As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", diz a nota dos militares.
No dia seguinte, o ministro da Defesa se apressou em procurar o presidente do Senado e dizer a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) que a nota era dirigida ao presidente da CPI e não o Poder Legislativo. O acanhado Pacheco contemporizou, ressaltando a "importância do diálogo e do respeito mútuo entre as instituições, base do Estado Democrático Direito, que não permite retrocessos". Ou seja, não disse nada!
Enquanto isso, o País registrava 530.179 mortes no momento em que se sabe que houve demora do ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, em comprar imunizantes que poderiam ter salvado vidas.
Pense nisso!