Municípios soltaram ''fogos virtuais'' após Barroso suspender o piso salarial da enfermagem
Veja o que disse a entidade que representa mais de 5 mil municípios do País sobre a decisão do STF que envolve o piso da enfermagem
Havia uma tradição do Sertão do Pajeú que quando a mãe dava à luz, se a criança fosse um menino, o pai ou um parente próximo soltava um fogo de artifício. Se fosse uma menina eram dois foguetões.
O costume ganhou incentivo quando levas de ciganos passavam na região, contando que os fogos espantavam o mau-olhado, os maus espíritos. Os sentimentos ruins.
Com outro significado, mas da mesma forma para comemorar decisão do ministro Luis Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), a Confederação Nacional de Municípios (CNM) soltou virtuais fogos de artifício quando o magistrado suspendeu o piso nacional de profissionais da enfermagem, acatando pedido da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), entidade que representa mais de noventa sindicatos de hospitais, clínicas e empresas do setor de saúde privada.
Em meio à votação no Congresso, a CNM se escondeu atrás do biombo e agora aparece querendo fazer parte do processo, como “amicus curiae”- um amigo da corte que acreditar ter subsídios e conhecimentos para colaborar na decisão judicial.
A entidade que representa mais de 5 mil municípios do país argumenta que a decisão do ministro do STF “é fundamental para corrigir a situação atual, tendo em vista que, passados 31 dias desde a promulgação da medida que implementou o piso, o Congresso Nacional não resolveu, até o momento, qual será a fonte de custeio para o mesmo, apesar de haver se comprometido com isso no momento da votação”.
Caso a confederação de municípios quisesse, mesmo, ajudar no questionado do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras, poderia ter feito pressão quando o processo estava em votação pelos congressistas.
Mas com medo da repercussão negativa, os prefeitos se limitaram a divulgar documento falando das dificuldades de alguns municípios de cumprirem a importante decisão.
Agora, é hora de correr atrás de recursos federais para ajudarem estados e municípios no cumprimento do piso salarial dessas importantes categorias profissionais.
Pense nisso!