Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Nem Lula nem Alckmin, Brasil será representado por Mauro Vieira na posse do presidente argentino

Congresso deveria cumprir com seu papel de fiscalizador e chamar o Executivo para explicar o pífio desempenho no Brasil no Pisa

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Romoaldo de Souza

Publicado em 05/12/2023 às 20:56
Milei venceu as eleições presidenciais na Argentina, em segundo turno disputado no último domingo - LUIS ROBAYO / AFP

E NINGUÉM FICA CORADO
14 anos de governos do PT - com Lula da Silva e Dilma Rousseff; dois anos e meio do governo de Michel Temer (MDB) e mais quatro anos da gestão de Jair Bolsonaro (PL) e o que se percebe é um Brasil entre os mais mal avaliados. Em matemática e ciências o país está entre os 20 piores. De um total de 81 países avaliados, o Brasil “conquistou” a colocação 65ª em matemática, 52ª em leitura e 62ª em ciência.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) mostra que o Brasil investe, mas investe mal na Educação. Não faltam recursos, falta responsabilidade. Seriedade no comando da área. Diante dos tristes números, o ministro Camilo Santana, saiu-se com essa: “nem as escolas particulares” sairam-se bem “quando a avaliação é de matemática”.

“Ficou claro que os desafios são enormes, principalmente o desafio na área de matemática, onde 73% dos estudantes estão abaixo do básico. É importante destacar que nem as escolas particulares, quando a avaliação é de matemática, conseguem estar na média da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”.

A MESMA XAROPADA
”Vamos outra vez ser feliz”! Com essa frase de otimismo, o presidente Lula da Silva (PT) encerrou a série de programas “Conversa com o Presidente” que tem sido um fiasco de audiência.

“Eu queria dizer para as pessoas que brigaram nas eleições, para aquela pessoa ignorante que brigou com o filho, para aquele filho que brigou com o pai, para aquela nora que brigou com a sogra, para a sogra que brigou com o sogro, ou seja: parem de brigar”, disse Lula.

PS: quando eu digo que encerrou a série, é apenas por este ano. Em 2024 tem mais.

EM DEFESA DE UMAS ‘GREVEZINHAS’
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, disse em tom de brincadeira que os trabalhadores são instigados a realizarem greves, motivados por declarações do presidente Lula, como o estímulo “a fazer pressão”.

“Os trabalhadores sabem que no nosso governo a gente lida de forma democrática, dialogando com eles e eles fazem a pressão deles. E o senhor estimulou todo mundo a fazer pressão. O senhor disse para todos os movimentos sociais e trabalhadores para eles pedirem e eles se animam a pedir”, afirmou a ministra. Lula deu um sorrisinho amarelo.

BOLSONARO VAI A BUENOS AIRES
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que pretende deixar o Brasil e viajar a Buenos Aires onde participará, no próximo domingo, da posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei.

“Em atenção às investigações em curso e com profundo respeito a este juízo, o peticionário vem aos autos informar que estará temporariamente ausente do país no período compreendido entre os dias 7 e 11 de dezembro”, informou a defesa de Bolsonaro.

Em maio, Alexandre de Moraes tinha determinado a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro, mas o ex-presidente não entregou o documento, e ficou por isso mesmo.

JÁ LULA…
… chegado a repetir frases de efeito, tipo capa de livro de autoajuda, o presidente brasileiro “não deu o braço a torcer”, não perdoou as críticas do então candidato Javier Milei, e o Brasil será representado pelo chanceler Mauro Vieira.

PENSE NISSO!
O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, é mesmo um político ensaboado. Deputado federal pelo PT de São Paulo, Padilha já foi criticado por se demorar na liberação de emendas parlamentares, de ter sentado-se em cima de pedidos de políticos que querem apadrinhar afilhados nem sempre qualificados, mas sempre escapa ileso.

Em Dubai, nos Emirados Árabes, Lula resolveu fazer uma “gracinha” com a imprensa e comparou o Congresso Nacional a uma “raposa cuidando do galinheiro,” quando falava sobre o marco temporal das terras indígenas.

"A gente tem que se preparar para entender o seguinte: ou nós construímos uma força democrática capaz de ganhar o Poder Legislativo, o Poder Executivo e fazer a transformação que vocês querem, ou nós vamos ver o que aconteceu com o marco temporal. Querer que uma raposa tome conta do nosso galinheiro é acreditar demais", disse o presidente.

Padilha, o bombeiro, teve de lançar mão do seu malabarismo vernacular para dizer que “não houve críticas do presidente” aos deputados e senadores.

“O presidente fez uma avaliação sobre o impacto que uma medida inconstitucional pode gerar aos povos indígenas. Não houve crítica ao Legislativo”, afirmou

É como diz o ditado popular: “sabão pouco meu enxágue primeiro”.

Pense nisso!

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