Maioria dos deputados de Pernambuco votou a favor do confisco do dinheiro "esquecido"
A escolha do presidente da Câmara dos Deputados mostra um governo desarticulado e uma oposição desorientada. Cada dia um candidato está na vantagem
CONFISCARAM OS ESQUECIDOS
Pode até ser que os tributaristas do governo encontrem um barato eufemismo, mas na linguagem comum, a bancada governista tungou R$ 8,5 bilhões do cidadão desavisado. Esse dinheiro “esquecido” está sob a tutela do Banco Central e Câmara dos Deputados, numa manobra de fazer inveja aos malabaristas das feiras livres, decidiu que será repassado ao Tesouro Nacional.
PEDALADAS CONTÁBEIS
Como o atual governo é de uma singular habilidade para descumprir metas, e lhe faltando a vontade de cortar gastos, o dinheiro confiscado será usado para cobrir o deficit. A votação foi tão atabalhoada, que mesmo com uma parlamentar ao microfone, o presidente da sessão, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), encerrou a votação, anunciou o resultado. Cumpra-se!
BANCADA DE PERNAMBUCO APROVA CONFISCO
A favor do confisco [16]: Augusto Coutinho (Republicanos), Carlos Veras (PT), Eriberto Medeiros (PSB), Felipe Carreras (PSB), Fernando Monteiro (PP), Guilherme Uchoa Junior (PSB), Iza Arruda (MDB), Lucas Ramos (PSB), Lula da Fonte (PP), Maria Arraes (Solidariedade), Michele Collins (PP), Pedro Campos (PSB), Ossesio Silva (Republicanos), Renildo Calheiros (PCdoB), Tulio Gadelha (Rede Sustentabilidade) e Waldemar Oliveira (Avante).
Não votaram [6]:André Ferreira (PL), Clodoaldo Magalhães (PV), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Filho (União Brasil), Luciano Bivar (União Brasil) e Mendonça Filho (União Brasil).
Obstrução [3]: Coronel Meira (PL), Fernando Rodolfo (PL), Pastor Eurico (PL).
MANTRA INÚTIL
O presidente Lula da Silva (PT) voltou a bater na mesma e surrada tecla: o chefe do Poder Executivo quer que a Organização das Nações Unidas (ONU) promova uma “radical mudança” nos seus estatutos e amplie e Conselho de Segurança: “Como acontece com qualquer criança que cresce e amadurece, as roupas que vestimos em 1945 já não nos cabem mais”, defendeu. O presidente vai levar este mesmo argumento para a abertura da Assembleia da ONU, no fim de setembro.
VOTO DE CABRESTO
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) assinaram acordo para evitar o voto coercitivo dentro das empresas. Segundo a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, a Justiça do Trabalho já recebeu mais de 300 denúncias de trabalhadores que teriam sido pressionados a votar em candidatos do patrão. “Precisamos por um fim nesse assédio eleitoral. Repito: eu reitero, é um ilícito”, advertiu.
VAGA PARA AUTISTA
O Detran do Distrito Federal saiu na frente e determinou que pessoas com transtorno do espectro autista (ciptea) não vão mais precisar de laudo para ter acesso à credencial de estacionamento. “As vagas exclusivas” serão reservadas de acordo com a legislação “e a solicitação da credencial será por meio de declaração, sem necessidade de laudo”, publicou o órgão de trânsito.
A VOLTA SEM NUNCA TER IDO
Por recomendação do presidente Lula, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Odair Cunha (MG), apagou um “post” nas redes sociais, comentando o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB). A orientação de Lula é que o PT “não deve se antecipar às negociações”. O que pode significar que Lula e Lira já não dividem mais a mesma xícara de café e o PT pode voltar a flertar com a candidatura de Elmar Nascimento (União Brasil-BA).
BULHÕES DO BEM
O líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), foi quem comandou a votação desta quinta-feira (12), confiscando o dinheiro que correntistas “esqueceram” na rede bancária. O parlamentar estava tão a serviço do Planalto que encerrou a sessão antes que uma deputada terminasse o discurso, “atropelando o regimento”, como disse Adriana Ventura (Novo—SP). Isnaldo Bulhões é pré-candidato à Presidência da Câmara.
PENSE NISSO!
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, bateu à porta do presidente da Câmara, tomou café, comeu o pão de queijo de Arthur Lira e deixou na residência oficial um pedido de apoio para a PEC que “carimba” verbas do Orçamento da União para as Forças Armadas.
A Proposta de Emenda Constitucional, de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ), está na Comissão de Constituição, aguardando a nomeação de um relator.
Vindo a ser aprovada a PEC, a Defesa terá 2% do PIB garantidos para equipar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
E olhe que o hábil José Múcio até aceita reduzir esse percentual.
Pense nisso!