Bolsonaro chora por não ir à posse de Trump

No Planalto, há um jogo de quebra-cabeças com milhares de peças que ainda não se encaixam. Ainda. Quando forem anunciados os cargos, tudo melhora.

Publicado em 18/01/2025 às 20:18 | Atualizado em 18/01/2025 às 20:38
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’SÃO TANTAS EMOÇÕES!’

Usando um boné com o slogan de Donald Trump, Make America Great Again [torna a America grande, novamente], o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi até o aeroporto internacional de Brasília levar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que estava embarcando para os Estados Unidos, onde foi assistir à posse do republicano. “Obviamente, seria muito bom a minha ida. Estou chateado. Abalado, ainda”, disse Bolsonaro.

CAFÉ FRIO

Um vizinho próximo dos Bolsonaros escutou a ex-primeira-dama “desfiar um rosário” de recomendações. A mais importante delas é para que o marido “evite tomar café de garrafa”.

AO VIVO ‘SÃO OUTROS 500’

Além de ter perdido a batalha para as trapalhadas do Pix, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem deixado de lado o “famoso” equilíbrio de que tanto se fala, em Brasília. Primeiro, durante entrevista ao vivo na CNN, Haddad em vez de reconhecer que o governo de que é parte integrante está “caindo pelas tabelas”, no quesito popularidade, devolveu o comentário dizendo que a imprensa também perdeu prestígio.

A CULPA É DELES

Agora, o ministro ensaia um discurso o mais estridente possível, caso o Congresso Nacional rejeite a medida provisória editada em meio à confusão. “O Congresso Nacional tem que assumir a parcela de responsabilidade que lhe cabe”, falou grosso, Haddad.

BATENDO UM BOLÃO

“Feito Dirceu Lopes e Tostão”. A declaração é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se referindo a dois importantes jogadores do Cruzeiro da década de 1970. O político mineiro estava retribuindo o comentário do presidente Lula da Silva (PT) ao elogiar o esforço de Pacheco para aprovar a reforma tributária: “a gente consegue aprovar tudo com você”, disse o petista.

BAGRES DO BAIXO CLERO

A operação Overclean da Polícia Federal está para ser remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver parlamentares federais. Mas quem já teve acesso a parte da papelada analisada pela PF não tem dúvida: “É para fazer Brasília tremer”, avalia uma importante autoridade. Se o STF não fizer da Overclean o que fez com a Lava Jato, a sociedade e o contribuinte agradecem. “As águas de Boa Viagem, também”, analisa outro.

FINGINDO DE MORTO

O Planalto só não pode é dizer que não é com o governo federal, porque é! Os recursos desviados, segundo a operação Overclean, vinham do Dnocs, por meio de emendas parlamentares

FAÇA O QUE EU DIGO

O problema é fazer como ele faz. Lula que voltou ao biombo do Planalto, [re]criando o Ministério das Mulheres, só falava em igualdade de gênero. Dois anos depois, bem na metade do terceiro mandato, o número de indicações de mulheres para tribunais superiores só caiu.

‘TRISTE PAÍS’

Do motorista de táxi, a caminho do aeroporto de Brasília: “Triste país, meu senhor, onde a gente tem que escolher entre um menino sambudo e um presidente caquético”. Segundo ele, “o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) está ‘botando banca’, como se diz lá em Minas”, disse o motorista. “Já Lula, meu amigo, ’tá’ com cara de quem perdeu o rumo”, resumiu.

PALOMA BLANCA

Ex-ministro da Justiça Anderson Torres perdeu mais uma. Apaixonado pela música “Paloma Blanca” (Hans Bouwens), mundialmente conhecida na voz do holandês George Baker, Torres teve pedido negado para recuperar 55 aves apreendidas pelo Ibama. A multa de R$ 20 mil está mantida.

“Una paloma blanca
I'm just a bird in the sky
Una paloma blanca
Over the mountains I fly
Yes, no one can take my freedom away”.

O delegado da Polícia Federal foi condenado em primeira instância por criar aves em cativeiro, sem autorização dos órgãos ambientais.

PENSE NISSO!

O maior jogo de quebra-cabeça que eu vi na infância tinha 100 peças e a meninada passava horas naquele desafio de concluir a gravura da serpente entregando uma maçã vermelha a Eva. Uma mulher de cabelos castanhos, cobrindo quase todo o seu porco. Era um desafio.

Corta para o 3º andar do Palácio do Planalto e aquelas limpas vidraças mostrando o lago Paranoá, a distância. Sobre a mesa do presidente, um quebra-cabeça com milhares de peças. A cada instante se aproxima um auxiliar dando um palpite:

- Primeiro essa peça. Pega aquela outra. O Pacheco aqui, Arthur Lira (PP-AL) do outro lado. Além dessas duas personagens, outras atormentam o jogo do governo.

A Esplanada dos Ministérios tem para mais de 10 mil cargos de confiança, mas como dizia o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (1930-2020) “É preciso que o presidente garanta uma diretoria que fura poço e acha petróleo”.

O centrão está de olho na peça para encaixar o jogo: eles querem a secretaria e o petróleo, também.

Pense nisso!

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