Prefeituras discutem possibilidade de armar a Guarda Municipal para ajudar no combate à violência. Foto: Reprodução/Internet
Em meio à crise na segurança, provocada pelo aumento desenfreado da violência, uma medida está em discussão em vários municípios pernambucanos para tentar ajudar no combate à criminalidade. A polêmica autorização para que a Guarda Municipal trabalhe armada, tendo atribuições semelhantes à da Polícia Militar nas ruas, voltou a ser analisada. A Prefeitura de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, foi mais além. Já encaminhou à Polícia Federal de Pernambuco o pedido de autorização para que os guardas da cidade trabalhem armados.
"Estamos fazendo tudo o que é necessário para destravar esse procedimento e ter os 250 homens da Guarda apoiando as polícias Civil e Militar. Vamos armar a Guarda para resgatar, salvar o Pacto pela Vida", afirmou o secretário de Segurança Pública de Camaragibe, Daniel Meira. As declarações foram dadas nessa quinta-feira (11), dia em que teve início na cidade uma operação policial com o objetivo de prender suspeitos de homicídios e tráfico de drogas. A ação deve seguir até a tarde dessa sexta-feira (12).
A Prefeitura do Recife também segue em discussão sobre o assunto.
A ideia é que os guardas municipais que trabalhem em áreas mais vulneráveis, como parques, estejam armados para tentar, por exemplo, evitar assaltos nesses pontos. Reuniões com várias secretarias estão em andamento para decidir se será formalizado o pedido à Polícia Federal para que a guarda seja armada.
Cabo
O primeiro município do Grande Recife a adotar a medida foi o Cabo de Santo Agostinho, no final do ano passado. Dos 295 guardas municipais, 84 são autorizados a trabalhar armados, com autorização da PF.
Violência
O programa de segurança pública Pacto pela Vida completou dez anos nessa segunda-feira (08).
Somente nos três primeiros meses deste ano, 1.522 homicídios foram registrados no Estado. Com uma crise que já dura quase três anos, o programa tenta se reinventar para trazer de volta a redução da criminalidade e garantir a paz para os cidadãos.
Segundo estatísticas oficiais da Secretaria de Defesa Social (SDS), 4.479 assassinatos foram contabilizados em 2016. Desde 2008 o Estado não registrava um resultado tão negativo. Naquele ano, 4.528 pessoas foram mortas. Mas o que mais preocupa a SDS, no atual cenário dos crimes contra a vida, é que 2017 pode fechar com um resultado nunca antes visto. Se em três meses foram registrados mais de 1,5 mil mortes, matematicamente o ano pode fechar com mais de 6 mil assassinatos.
O Interior de Pernambuco é a região que apresenta dados mais preocupantes. No total, 828 mortes, sendo 295 somente no mês de março deste ano. Na capital pernambucana, 240 homicídios no primeiro trimestre deste ano. No último mês, 96. Nos outros municípios que compõem o Grande Recife, houve o registro de 545 homicídios, sendo 157 em março.
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