Professor Betinho foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava, no Centro do Recife
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já tem uma nova linha de investigação para esclarecer o assassinato do professor José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, de 49 anos. Depois de solicitar à Justiça que um dos estudantes acusados pelo crime seja absolvido por falta de provas, a promotora Dalva Cabral pediu que a Polícia Civil seja notificada para que crie uma força-tarefa para retomar as investigações. Mais ainda: a promotora apontou um rapaz, cujas digitais foram encontradas pela residência da vítima, além de outros vestígios genéticos.
De acordo com a promotora, o suspeito é uma peça-chave para esclarecer o crime. Isso porque ele era amigo do professor Betinho, conhecia a rotina dele e pode, inclusive, esclarecer as pessoas que tinham contato e repassavam drogas para a vítima. O suspeito em questão foi ouvido, na época do crime, apenas como testemunha. Constam nos autos do processo que ele sequer foi investigado, apesar de a polícia ter conhecimento de que o rapaz frequentava a residência de Betinho para fazer sexo e consumir drogas.
PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO
A Justiça tem dez dias para decidir o futuro de Ademário. O magistrado pode concordar com o parecer do Ministério Público e absolver o réu ou pode levá-lo a júri popular. A promotora Dalva Cabral explicou que pediu a absolvição do estudante porque não há provas de que ele pode ter cometido o crime, já que
novas perícias descartaram que a digital encontrada em uma das cômodas do apartamento de Betinho, no Centro do Recife, era de Ademário. Os resultados dos laudos foram publicados com exclusividade pelo
Ronda JC.
O advogado de defesa de Ademário, Jorge Wellington, confirmou que após a decisão da Justiça, ele pretende ingressar com um pedido de indenização contra o Estado.
Leia entrevista exclusiva feita com o pai do estudante.
Esse processo é referente apenas ao Ademário. O outro acusado responde perante a Vara da Infância e Juventude, pois na época ele tinha menos de 18 anos. Esse processo, porém, está sob segredo de Justiça.
O CRIME
O professor Betinho, que morava sozinho, foi encontrado morto e amarrado nos pés e no pescoço, com fios de eletrodomésticos. A perícia apontou que ele morreu devido a golpes de ferro de passar na cabeça. O crime aconteceu em 16 de maio de 2015. Supostas digitais do então adolescente foram encontradas em um ferro de passar, mas isso também está sendo contestado pela defesa. O inquérito policial foi conduzido pelo delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na época, apesar das provas, o delegado afirmou que não conseguiu precisar qual seria a motivação do crime.
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