Caso Serrambi: irmãos kombeiros querem indenização do Estado

Publicado em 03/05/2018 às 14:00
Irmãos kombeiros sempre negaram participação nos assassinatos. Foto: JC Imagem/Arquivo
FOTO: Irmãos kombeiros sempre negaram participação nos assassinatos. Foto: JC Imagem/Arquivo
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Irmãos kombeiros sempre negaram participação nos assassinatos. Foto: JC Imagem/Arquivo Quase oito anos se passaram desde que os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira foram absolvidos na Justiça pela acusação de serem os assassinos das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão. O crime em 2003, na Praia de Serrambi, Litoral Sul de Pernambuco, completa 15 anos nesta quinta-feira (03). A defesa dos irmãos Lira aguarda a decisão final do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que analisa pedido da anulação do júri, para entrar com pedido de indenização contra o Governo do Estado. "A ação indenizatória é para reparar os danos causados a Marcelo e Valfrido, pois eles foram presos e apontados como culpados por um crime que não cometeram. O Estado precisa ser responsabilizado por isso", disse o advogado Jorge Wellington, que assumiu a defesa do irmãos kombeiros desde abril de 2010. Adolescentes de classe média do Recife foram encontradas mortas em 2003. Ninguém foi condenado pelos crimes O advogado Jorge Wellington contou que Marcelo e Valfrido Lira ainda moram no distrito de Ipojuca e mantém a rotina normalmente. "Eles estão bem, seguindo com a vida. De vez em quando me visitam", contou. Wellington disse acreditar que o STJ não vai decidir a favor da anulação do júri popular. "Eles (kombeiros) são inocentes. Isso já foi provado." Em outubro de 2015, Marcelo Lira voltou aos holofotes da imprensa. Ele foi preso novamente, sob suspeita de ser interceptor de uma quadrilha especializada em adulteração de veículos roubados. Ele foi preso preventivamente durante uma britz realizada por policiais do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) no município de Ipojuca. Marcelo permaneceu por três dias no Cotel, até que a Justiça concedeu habeas corpus para que o kombeiro respondesse pelo crime em liberdade. No ano seguinte, ele foi denunciado pelo MPPE. A ação penal, que está sob responsabilidade da Vara Criminal de Ipjuca, ainda não foi julgada. Com ou sem um novo júri para o Caso Serrambi, o fato é que as dúvidas que cercam os assassinatos das amigas Maria Eduarda e Tarsila Gusmão vão continuar pairando nas mentes dos pernambucanos por muito tempo. E os verdadeiros culpados, sejam ou não os kombeiros, continuam livres. Uma impunidade que já dura 15 anos.
CASO SERRAMBI EM NÚMEROS:
5 ANOS DE INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA
4 VEZES O INQUÉRITO FOI DEVOLVIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
3 VEZES O INQUÉRITO FOI CONCLUÍDO PELAS POLÍCIAS CIVIL E FEDERAL
40 VOLUMES DE PROCESSO
10 MIL PÁGINAS, EM MÉDIA, TÊM O PROCESSO

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