Milton Coelho (PSB) é ex-secretário de Administração do governo Paulo Câmara. Foto: Guga Matos/JC Imagem
O ex-secretário estadual de Administração Milton Coelho (PSB) está sendo investigado por suspeita de crime de peculato, ou seja, desvio de dinheiro público. De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o inquérito foi aberto pela Polícia Civil para apurar supostas irregularidades na conduta do ex-gestor.
Milton Coelho foi secretário de Administração do governo Paulo Câmara entre dezembro de 2015 e abril deste ano, quando deixou o cargo para concorrer nas próximas eleições. Milton Coelho já foi presidente estadual do PSB e também vice-prefeito do Recife.
As investigações começaram no início deste ano na Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). No entanto, como Coelho tinha foro especial por prerrogativa de função, a
delegada Patrícia Domingos solicitou ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) autorização para dar continuidade ao inquérito. Antes mesmo da decisão judicial, ele pediu exoneração da secretaria e perdeu o foro.
Em parecer à Justiça, o MPPE se manifestou favorável ao "prosseguimento do inquérito pela autoridade policial, com a tomada das providências que entender cabíveis".
Por telefone, a delegada Patrícia Domingos confirmou ao
Ronda JC que está investigando o ex-secretário, mas informou que por enquanto detalhes estão sob sigilo.
Segundo o Código Penal Brasileiro, a pena para o crime de peculato é de dois a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa arbitrada pela Justiça.
Na noite desta sexta-feira (15), a assessoria de Milton Coelho se pronunciou por meio de nota. Leia na íntegra:
“Peço a imediata correção dessa publicação infeliz que traz absurdo e inaceitável ataque ao meu nome e à minha honra, baseado em informação falsa a meu respeito. Não sou alvo, nem nunca fui alvo, da investigação mencionada na referida matéria. Segundo informações reiteradas em mais de um documento da lavra da própria delegada Patrícia Domingos, nem o Secretário de Administração nem a Secretaria eram alvos de investigação do inquérito n° 09.905.9030.00251/2017 e, ainda que fosse, daria todos os esclarecimentos e demonstraria de forma cabal a correção dos meus atos. Reagirei duramente à exploração irresponsável do meu nome em notícias falsas como tem sido comum nos tempos atuais."
O
Ronda JC esclarece que o documento citado por Milton Coelho tem a data de 31 de janeiro de 2018. E reforça que nesta sexta-feira (15/06) tanto o Ministério Público de Pernambuco (por meio de nota) como a delegada Patrícia Domingos (por telefone) confirmaram que a investigação está em curso.
OUTROS CASOS
Gestores do Governo do Estado tiveram os seus nomes envolvidos em várias investigações nos últimos meses. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal de Pernambuco deflagrou a
Operação Torrentes para prender empresários e gestores da Secretaria da Casa Militar suspeitos de desvio de verbas públicas destinadas às vítimas das enchentes na Mata Sul do Estado em 2010 e 2017. O processo já está na Justiça Federal.
Em junho do mesmo ano, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu as investigações sobre um
esquema de corrupção que supostamente envolvia empresários de ônibus, o Batalhão de Polícia Rodoviária e um então gestor do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE). Um tenente-coronel do BPRv e um chefe de fiscalização do órgão foram indiciados por corrupção passiva.
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