Corregedoria do TJPE deve apurar sumiço de provas contra promotor

Publicado em 11/01/2019 às 16:23
Promotor Marcellus Ugiette está sendo investigado por corrupção passiva. Foto: JC Imagem/Arquivo
FOTO: Promotor Marcellus Ugiette está sendo investigado por corrupção passiva. Foto: JC Imagem/Arquivo
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Promotor Marcellus Ugiette está sendo investigado por corrupção passiva. Foto: JC Imagem/Arquivo Um dia após o Ronda JC publicar reportagem sobre o sumiço de uma mídia que continha supostas provas que corrupção envolvendo o promotor de Marcellus Ugiette e a advogada Karen Danielowski, ambos investigados na Operação Ponto Cego, o desembargador Fábio Eugênio Oliveira Lima, relator do processo, determinou a apuração dos fatos. Em despacho, ele solicitou que, caso o extravio seja mesmo confirmado, uma nova cópia da mídia seja solicitada ao Ministério Público e que a Corregedoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) seja notificada para que investigue possível falha de algum servidor do gabinete onde está o processo. Considerada uma das principais provas que pode levar o promotor à condenação por corrupção passiva, a mídia mostrava imagens de um diálogo relacionado a um depósito de R$ 1.195 na conta do filho do promotor. A advogada teria afirmado que aquele dinheiro não seria um empréstimo, mas um 'presente'. Para os investigadores, a quantia seria propina para que Ugiette beneficiasse presos que faziam parte de uma quadrilha especializada em estelionato e furto qualificado, desarticulada pela Polícia Civil em agosto do ano passado. O advogado Rafael Nunes, que responde pela defesa da advogada Karen Danielowski, disse acreditar que a mídia foi furtada do gabinete do TJPE. "Lamentamos esse fato, a desorganização do Judiciário. Acreditamos que essa mídia foi furtada. Quem furtou, não sabemos qual foi a intenção. Se é pra prejudicar, se não é. Vamos pedir que a Corregedoria tome as medidas cabíveis. Estamos muito chateados com tudo isso. Esperamos que seja localizada essa mídia e a pessoa que desviou", afirmou. Em nota, a assessoria do TJPE afirmou que "o eventual extravio da mídia não trará prejuízo à apuração dos fatos, seja porque uma nova cópia foi solicitada ao Ministério Público, seja porque o diálogo escrito constante da mídia em referência foi transcrito exata e literalmente e consta dos autos". RELEMBRE O CASO O promotor Marcellus Ugiette, que respondia por duas promotorias de Execuções Penais, foi denunciado à Justiça pelos supostos crimes de corrupção passiva, fraude processual e lavagem de dinheiro. Ele está afastado das funções desde agosto do ano passado, quando foi deflagrada a operação que prendeu 19 pessoas - entre elas dois advogados. Segundo as investigações, o promotor teria beneficiado presos desse grupo criminoso para que eles permanecessem juntos no mesmo presídio e pudessem continuar praticando crimes de estelionato. O promotor nega as acusações. As investigações da Procuradoria Geral de Justiça apontaram que Ugiette teria recebido quantias em dinheiro e até um iPhone. O promotor responde a dois processos. Ainda não há prazo para julgamento.

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