O processo que o auxiliar de pedreiro Paulo César de Oliveira Silva, de 26 anos, responde pelo assassinato da namorada, a estudante de pedagogia Remís Carla Costa, 24, ocorrido em dezembro de 2017, será retomado. Na última quarta-feira (08), a Justiça homologou o laudo pericial solicitado pelos advogados do acusado, que diziam que ele tinha problemas mentais e por isso não poderia responder pelo crime. O exame, no entanto, concluiu que o auxiliar de pedreiro tinha total consciência dos seus atos no momento do crime.
"O sr. perito concluiu então que a examinada (Paulo) ao tempo da ação era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato e de entender-se de acordo com esse sentimento; também concluiu que ele não portava doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o que poderia comprometer o seu entendimento acerca do caráter ilícito do fato", diz o texto do juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti.
O exame havia sido solicitado pela defesa do acusado em março do ano passado, e foi autorizado pela Justiça. Desde então, Paulo estava no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Agora, com o laudo homologado, o processo seguirá o curso normalmente e o acusado deve voltar para um presídio comum.
Paulo César vai passar pelas audiências de instrução e julgamento e depois a Justiça vai decidir se ele irá a júri popular pelo crime. Paulo César responde por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, sem chance de defesa da vítima e feminicídio) e ocultação de cadáver. O auxiliar de pedreiro, que confessou ter assassinado Remís após uma briga, continua preso.
RELEMBRE O CRIME
O homicídio da universitária Remís Costa ocorreu em 17 de dezembro de 2017, na Caxangá, Zona Oeste do Recife. Ela estava na casa do namorado, Paulo César, e, segundo as investigações, houve uma discussão entre o casal por conta de um celular. Na briga, o réu teria colocado a mão no pescoço da vítima, apertando com força, dificultando qualquer forma de defesa. Ao invés de providenciar socorro, ele concluiu que havia matado a namorada e saiu de casa, retornando na madrugada do dia seguinte, ocasião em que enterrou o corpo da vítima.
Após quase uma semana de buscas, o corpo de Remís foi encontrado numa cova rasa, a poucos metros da casa dele. Paulo foi preso escondido na residência dos pais, na cidade de Vicência, Interior de Pernambuco.