Delegado morto em Jataúba tinha sonho de ser promotor de Justiça e voltar para o Ceará
Anderson Liberato, morto a tiros no último sábado (17), atuava como delegado há três anos em Pernambuco
Faltava pouco para o delegado Anderson Liberato, de 32 anos, ser aprovado no concurso para promotor de Justiça do Ceará, onde nasceu. Era um sonho a aprovação. Não só pelo cargo, mas por estar mais perto da família. Há cerca de 15 dias, de folga, visitou os pais e contente falou: "Só falta a prova oral. Já já estarei de volta". Mas a criminalidade no interior de Pernambuco, que avançou nos últimos anos, interrompeu o sonho e destruiu uma família no último fim de semana.
Com sede por justiça, Liberato abandonou o sábado (17) de folga para acompanhar sua equipe de policiais e prender um casal suspeito de homicídio no município de Jataúba, no Agreste de Pernambuco. No local, no entanto, acabou atingido por tiros e, mesmo recebendo atendimento, não resistiu. O suspeito de atirar no delegado foi baleado e levado por policiais. Horas depois, a caminho de um hospital, indo numa ambulância, foi morto em circunstâncias não esclarecidas pela Polícia Civil. A assessoria do órgão foi procurada pela coluna, mas não respondeu se o caso será investigado.
Liberato era delegado da Polícia Civil de Pernambuco desde 2018. Atualmente, estava lotado em Brejo da Madre de Deus. Mas chegou a dar expediente em Jataúba, Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. Combatia os homicidas, principalmente. Nas várias homenagens que recebeu, nas redes sociais, profissionais de segurança destacaram a competência e seriedade do jovem delegado - que morreu cumprindo a missão de lutar pelo bem.