INVESTIGAÇÃO

Caso Patrícia: 'Sou inocente', diz suspeito em bilhete entregue a amigo

No texto, suspeito de matar a pernambucana em João Pessoa, na Paraíba, pede ajuda e afirma: "armaram contra mim"

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Raphael Guerra

Publicado em 28/04/2021 às 18:30 | Atualizado em 28/04/2021 às 19:12
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A Polícia Civil da Paraíba está analisando um bilhete que estava em posse de um amigo do tatuador Jonathan Henrique Conceição dos Santos, de 23 anos, preso por suspeita de assassinar a vendedora pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22, em João Pessoa. Na mensagem, escrita em caneta, o suspeito afirma que é inocente. No entanto, diante da polícia, optou pelo silêncio. A coluna Ronda JC teve acesso a uma reprodução do bilhete.  

"Eu sou inocente! Solicito os seus serviços como detetive particular. Tente reunir fatos que provem minha inocência. Deixarei esse bilhete aqui na sua caixa de correio (sic). Armaram contra mim. PS: depois acertamos a conta. Nathan."

A polícia teve acesso ao bilhete após o amigo ser detido na noite da terça-feira (27), horas antes do suspeito. Ele prestou depoimento e foi liberado, mas será investigado. Já o tatuador foi capturado pela Polícia Militar. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. 

Jonathan ficará preso na Penitenciária Flóscolo da Nóbrega. Na decisão, a juíza alegou que "as circunstância do delito e sua prisão demonstram a periculosidade do mesmo sendo imperiosa a sua permanência no cárcere, como medida necessária para garantir a ordem pública".

O texto afirma, ainda, que "verifica-se que há prova da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria. Denota-se claramente nos vídeos o custodiado Jonathan carregando o corpo na motocicleta pertencente a ele com o intuito de ocultar o cadáver, bem como as roupas da vítima foram encontradas em um tambor de lixo nas proximidades da residência do flagranteado, o que tornam suficientes os indícios de autoria do crime".

ENTENDA O CASO

Patrícia saiu de Caruaru, no Agreste do Estado, onde mora, na última sexta-feira (23), para encontrar o amigo. Dois dias depois, no domingo (25), numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, a vendedora se mostrou aflita porque estaria trancada no apartamento dele. Depois, avisou que estava tudo bem. E não mais respondeu à mãe.

Na madrugada da terça-feira (27), vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Um dos vizinhos teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito é filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.

O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.

Não havia sinais de marca de tiros ou faca no corpo. Uma possibilidade é que a vendedora foi morta por asfixia, o que será comprovado após exames no Instituto de Medicina Legal.

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