Mais de 73% das polícias concordam com o porte de armas no Brasil, diz pesquisa
Mais de 6,6 mil profissionais das forças de segurança foram ouvidos. Maioria diz que o porte deve ser permitido, mas com restrições
Pesquisa do 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada nesta quinta-feira (15), revela que a maioria dos profissionais da segurança pública - incluindo policiais civis, militares, penais e federais - concorda as pessoas podem ter posse ou porte de arma de fogo. Mas, devem haver níveis de restrições.
No total, 6.656 profissionais da segurança foram ouvidos entre os dias 28 de abril e 28 de maio deste ano. Ao todo, 10,4% concordam com a liberação ampla das armas. Já 16% dizem que o ideal é a proibição total. Mas 73,6% dizem que as pessoas podem ter acesso às armas, mas com restrições.
Além das polícias, profissionais do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal também foram ouvidos. O Anuário é organizado pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
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Gerente de Projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi diz que o resultado da pesquisa não surpreende. "É uma média semelhante ao que pensa a população brasileira em geral, como outras pesquisas mostraram. Agora, o que chama a atenção é que os policiais são os primeiros que vão se deparar nas ruas com pessoas armadas, já que estão na linha de frente", avalia.
Importante destacar que mais de 75% dos homicídios no País, em 2020, foram praticados com uso de arma de fogo. Por isso, a preocupação de especialistas em segurança pública de retirar as armas dos civis e deixar apenas nas mãos das polícias.
ESTÍMULO ÀS ARMAS
Entre janeiro de 2019 a abril deste ano, o governo Jair Bolsonaro publicou pelo menos 31 alterações na política de acesso a armas no Brasil. Ao todo, 14 decretos, 14 portarias de ministérios ou órgãos do governo e uma resolução flexibilizaram e facilitaram o acesso para a compra de armas de fogo e munições. Segundo dados da Polícia Federal, houve 1.279.491 registros de armas no País no ano passado.