A Polícia Civil deu detalhes da prisão de um médico ginecologista que abusava sexualmente de pacientes durante as consultas em clínicas particulares. Há vítimas em Pernambuco e também em São Paulo.
A prisão foi efetuada na terça-feira (09), em cumprimento a dois mandados de prisão expedidos pelos tribunais de Justiça dos dois Estados onde o médico atuou. De acordo com a polícia, ele estava escondido em uma residência no município de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.
O nome do médico não foi relevado pela Polícia Civil de Pernambuco.
O médico responde por violação sexual mediante fraude, que é quando o crime é praticado mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Ou seja, ele se aproveitava da condição de médico para praticar os abusos.
"O médico não usava luvas. Ele tocava, ele tentava estimular a mulher dizendo que isso seria essencial para a saúde sexual dela ou a saúde física", conta a delegada Ana Luiza Mendonça.
"Ele pedia que as mulheres se despissem todas. Não usava bata, não tinha assistente. Ele pedia que elas ficassem em posições distintas da posição normal ginecológica do exame. E, de fato, introduzia a mão, o dedo, abusava durante o exame", descreve a delegada.
"Segundo o código de ética médica, normalmente em consultas íntimas ou em consultas com mulheres, o ideal é que o médico tenha uma assistente na sala. Isso é sinal de alerta o médico não chamar uma assistente. Mas não quer dizer que não possa existir sem assistente", pontua.
Por causa das denúncias de abusos sexuais, o médico chegou a ser preso em 2020, em São Paulo, onde tinha uma clínica. Posteriormente, a Justiça concedeu a liberdade provisória. Foi quando ele veio morar em Pernambuco.
O médico foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
COMO DENUNCIAR ABUSOS PRATICADOS POR MÉDICOS
A delegada Ana Luiza Mendonça reforçou que as mulheres que se sentirem vítimas de abusos sexuais praticadas durante consultas médicas devem procurar a delegacia mais próxima. "Não precisa ser uma delegacia especializada da mulher. Mas é importante que a queixa seja formalizada."
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