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Coronavírus: Recife é uma das 12 capitais em emergência por casos acima da média nacional

Entre as 27 capitais, Recife aparece na sexta posição em volume de doentes, com uma incidência de 339 casos para cada um milhão de habitantes

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 13/04/2020 às 23:30 | Atualizado em 13/04/2020 às 23:35
LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM
Calçadão de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, no dia 4 de abril, quando o governo do Estado determinou o fechamento de praias e parques devido à pandemia do coronavírus. Nesta segunda-feira (20), o prazo foi estendido e agora vai até o dia 20 deste mês - FOTO: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

Com 60% dos 1.154 casos confirmados de covid-19 no Estado de Pernambuco e taxa de isolamento social em torno de 50% (ideal serial 70%), o Recife desponta como uma das 12 capitais brasileiras que estão em situação de emergência devido ao avançar de casos da infecção pelo novo coronavírus, segundo divulgou, nesta segunda-feira (13), o Ministério da Saúde. A pasta mostra uma incidência média de 111 casos para cada um milhão de habitantes no Brasil. Entre as 27 capitais, Recife aparece na sexta posição em volume de doentes, com uma incidência de 339 casos para cada um milhão de habitantes. Na frente da cidade, em ordem crescente, estão Fortaleza, São Paulo, Manaus, Macapá e Florianópolis, com coeficientes que variam entre 573 casos por um milhão de habitantes a 345 casos por um milhão de habitantes. O avançar dos casos, na capital pernambucana, tem levado as autoridades a endurecer medidas para conter o coronavírus.

Em coletiva de imprensa online nesta segunda-feira (13), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, destacou que o Recife é o epicentro da epidemia no Estado, mas acrescentou que os casos confirmados de covid-19 já estão distribuídos em praticamente todo o território pernambucano. “É inevitável que (a epidemia) chegue a todas as regiões do Estado. Não alimentem falsas esperanças ou falsas expectativas. Temos que preparar toda a população para a chegada da epidemia, e isto nunca deixamos de dizer”, disse Longo. O secretário frisou que o cenário dos próximos trintas dias depende muito do comportamento de toda a sociedade a partir de agora. “Se estivéssemos com nível de distanciamento social na casa dos 70%, certamente a nossa curva de aceleração epidêmica estaria menor. Mas, se não tivesse sido adotada nenhuma conduta de isolamento, a curva estaria bem mais íngreme do que está hoje.”

Ao lado do secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, André Longo reconheceu que a situação observada atualmente no Estado, com manutenção dos recordes diários de casos e mortes, é reflexo do que ele chama da chegada mais forte da epidemia em Pernambuco. “É fato que nós começamos o processo de aceleração, é fato que nós estamos vendo nossas emergências e unidades de saúde serem bem mais demandas por srag (sigla para síndrome respiratória aguda grave, que pode ser causada pelo novo coronavírus e outros agentes infecciosos), algo em torno de quatro vezes mais, em comparação com o mesmo período do ano passado. É um número preocupante, do qual temos consciência e, dessa maneira, procuramos estar a um passo adiante da epidemia, com a abertura de novos leitos”, salientou Longo.

Com o registro de 1.154 pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus e a confirmação de 102 mortes, Pernambuco desponta com uma assistência hospitalar em via de operar no limite. “Se não tomarmos medidas adequadas, podemos ter mais casos do que a nossa capacidade de abertura de leitos de UTI. Os pacientes estão chegando, e a nossa taxa de ocupação de vagas de UTI chega a 95% em alguns momentos. Realmente, temos uma pressão da doença e podemos ter uma situação de fila por espera de UTI. Não é uma condição que gostaríamos de ter no dia a dia”, alertou.

Na manhã desta segunda-feira (13), Jailson Correia mostrou-se preocupado com o aumento rápido na ocupação dos leitos de UTI regulados pelo município. "Já há 74% dessas vagas ocupadas. Percebemos que, após abrimos um serviço, rapidamente esses leitos são ocupados por pacientes graves", disse. Na última semana, a ocupação estava em 61%, o que revela como tem aumentado a necessidade dessas vagas pelos pacientes com covid-19 que evoluem de forma grave.

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