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Mais de 340 mil pessoas em Pernambuco tiveram sintomas de covid-19 em maio, diz IBGE

Dado representa 3,6% da população pernambucana com sintomas conjugados: perda de cheiro ou sabor; febre, tosse e dificuldade de respirar; febre, tosse e dor no peito

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 24/06/2020 às 21:38 | Atualizado em 24/06/2020 às 21:42
DAY SANTOS/JC IMAGEM
População pernambucana aproveitou o feriado de São João e o dia de sol para ir à Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM

Em meio ao pico da epidemia de covid-19 em maio, em Pernambuco, mais de 1,2 milhão de pessoas apresentaram algum sintoma relacionado à síndrome gripal no Estado, o que representa 13,4% da população que reside em território pernambucano. No atual cenário de pandemia, quadros de síndrome gripais levantam suspeita de infecção pelo novo coronavírus. O dado vem dos primeiros resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) por Estados, divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento traz um recorte ainda mais específico: naquele mês, 347 mil pessoas em Pernambuco (3,6% da população) tiveram sintomas conjugados que podem estar associados à covid-19: perda de cheiro ou sabor; febre, tosse e dificuldade de respirar; febre, tosse e dor no peito.

Os números reforçam a extensão da subnotificação de casos da doença, o que não é uma realidade apenas de Pernambuco. Se levarmos em consideração apenas o dado dos sintomas conjugados (347 mil), observamos que ele é quase 11 vezes maior do que o total de confirmações oficiais de covid-19 até 31 de maio – data em que se totalizava 34.450 casos do novo coronavírus no Estado.

“Isso mostra a hipótese do universo visível e o invisível da pandemia”, frisa o epidemiologista Rafael Moreira, ao se referir às pessoas que adoecem e são diagnosticadas, como também àquelas que adoecem e, pela escassez dos testes para o novo coronavírus, não são detectadas e ficam de fora das estatísticas oficiais da epidemia.

Apesar de os sintomas levantados pela PNAD terem sido informados pelo entrevistado e não pressuporem existência de um diagnóstico médico, especialistas reconhecem que a metodologia usada nesse tipo de pesquisa é confiável, rigorosa e criteriosa. “Como não temos testagem em massa, sempre sucinta a dúvida (sobre o universo de pessoas realmente infectadas). Mas esses sintomas (de síndrome gripal), em época de pandemia, podem dar fortes indícios de casos que não foram testados e sugerem infecção pelo novo coronavírus”, acredita Rafael, que é pesquisador da Fiocruz Pernambuco e professor da Universidade Federal de Pernambuco.

Dos mais de 1 milhão de pessoas com sintomas gripais em Pernambuco apresentados pela PNAD Covid, 188 mil pessoas (14,7% da população) procuraram um atendimento médico em algum estabelecimento público ou privado de saúde. Dos 9,5 milhões de pernambucanos, 2 milhões (21,1%) possuem plano de saúde.

O percentual de pernambucanos que apresentaram algum sintoma gripal é maior do que a média do Nordeste, de 12,2%. Pernambuco, com os já citados 13,4%, é o quarto Estado da região com maiores taxas, atrás do Ceará (16,5%), Maranhão (15,1%) e Paraíba (14,2%), mas está acima de todos os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Os sintomas gripais considerados nesta parte do levantamento foram febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de cheiro ou de sabor e dor muscular.

Confira os casos de covid-19 em Pernambuco por município:

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