Uma participação na maratona promovida pela incubadora da Nasa, agência espacial norte-americana, deu à pesquisadora Louisiana Quinino a chance de desenvolver uma plataforma para ampliar a vigilância da covid-19, identificar as localidades onde a doença mais pode trazer consequências danosas à população e, dessa maneira, fechar o cerco à doença. Pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco, ela coordenou uma equipe que criou um protótipo de uma ferramenta para a multivigilância da epidemia e seus fatores associados, usando dados locais e outros fornecidos pela Nasa. A maratona foi realizada de 30 de maio a 1º de junho.
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“O diferencial dessa plataforma é o uso não apenas de sistemas de informações da doença, mas também de indicadores sociais. A título de exemplo no Recife, ter dois casos de covid-19 na Avenida Boa Viagem (Zona Sul) é bem diferente de dois casos no Curado (Zona Oeste). É um detalhe que podemos avaliar a partir de indicadores como IDH (índice de desenvolvimento humano) e intermitência de água. Há bairros que passam cinco, seis dias sem água. Como é que os moradores vão lavar as mãos como forma de se prevenir da infecção?”, destaca Louisiana.
A pesquisadora frisa que o protótipo tem como objetivo produzir informações de fácil compreensão para os gestores, a comunidade científica e população em geral, o que pode ajudar na tomada de decisões para combater a epidemia. “Queremos mostrar como se dá o processo de expansão, de reprodução da epidemia em diferentes comunidades. Dessa maneira, é possível informar a um gestor que áreas estão piores do que outras e como é possível nortear as ações de enfrentamento à covid-19”, complementa Louisiana.
A maratona da Nasa reuniu profissionais ligados ao desenvolvimento de software e cientistas, a fim de criar soluções específicas para o enfrentamento à covid-19. A pesquisadora Louisiana Quinino foi uma das participantes do evento, ao lado de Isabel Oliveira (Estatística/UFPE), Flávia Vasconcellos (Engenharia Cartográfica e de Agrimensura/UFPE), Juliana Venâncio e Vinícius Silva (ambos do curso de Computação/UFRPE) e Saul Quinino (médico neurocirurgião do Hospital da Restauração e do Hospital do Trauma de Campina Grande/PB).
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