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IgG, IgM, RT-PCR e teste rápido: conheça as diferenças entre os exames para coronavírus

Médico explica que há vários testes para diagnóstico da covid-19. Cada um tem protocolos próprios para realização

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 14/06/2020 às 17:14 | Atualizado em 20/11/2020 às 15:35
DENIS CHARLET/AFP
Entre os pacientes recuperados, 15.581 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar - FOTO: DENIS CHARLET/AFP

Neste momento de retorno gradual das atividades socioeconômicas, pessoas têm procurado realizar testes de covid-19 porque possuem dúvidas sobre a possibilidade de terem sido expostas, em algum momento passado, ao novo coronavírus e possam ter desenvolvido imunidade contra a doença. Para essas situações, há os exames sorológicos, que verificam a resposta imunológica do corpo em relação ao vírus. Ou seja, são testes feitos para sabermos se já estamos, em algum grau, imunizados. É diferente do RT-PCR (feito do 3º dia após início dos sintomas até o 10º dia), cuja confirmação é obtida através da detecção do RNA do vírus. Já os testes sorológicos podem detectar anticorpos IgM e IgG, em amostra de sangue.

“O IgM vai dizer se o paciente tem ou não a doença no momento em que é feito o exame. Deve ser coletado com cinco a sete dias de sintomas. Já o IgG é o anticorpo de defesa de longo prazo. É um exame que vê a memória imunológica de cada um e pode verificar se a pessoa já teve contato com o vírus. A recomendação é que seja feito depois de três semanas do tempo em que a pessoa acha que teve covid-19”, explica o cientista e médico imunologista João Bosco Oliveira Filho, diretor do Genomika Diagnósticos, laboratório na Ilha do Leite, área central do Recife.

Ele acrescenta que há outro tipo de sorologia: o teste rápido. É aquele feito com um furinho no dedo, cujo resultado sai em até 15 minutos, em média. “A diferença entre o teste rápido e o IgG é que o primeiro tem chance maior de dar falso-negativo, em torno de 20%. Já no exame de sangue, capaz de verificar a presença de IgG, o índice é de 10%. Com os testes rápidos, ganhamos na rapidez, mas perdemos em sensibilidade. Eles são interessante, contudo, para se fazer amostra populacional”, esclarece João Bosco, referindo-se a casos em que esses testes podem ser usados durante realização de inquéritos sorológicos – pesquisas que testam amostra da população representativa do todo.

Precisamos ainda jogar luz para um detalhe: ainda se desconhece o grau de proteção conferido pelo anticorpo para covid-19 e se essa imunidade será permanente ou não. Por isso, nada de deixarmos de lado os cuidados, mesmo nos casos em que há positividade para o novo coronavírus.

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