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Com reabertura mais ampla, Pernambuco terá prova de fogo para estabilização do coronavírus

Em uma nova etapa de abertura, Estado monitora tendência de estabilização de casos observada ao longo dos últimos dias

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 15/06/2020 às 7:22 | Atualizado em 15/06/2020 às 12:20
LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM
Pauta de domingo - Movimentação intensa de carros e pessoas nos bairros de UR2 (Cohab) e UR1. A orientação de isolamento social nos bairros de subúrbio ficam cada vez mais difícil, a população segue suas atividades mesmo com a pandemia do coronavírus crescendo a cada dia. - FOTO: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

A reabertura ao público do varejo de rua, a partir de hoje, com lojas de até 200 metros quadrados, coloca à prova a tendência de estabilização da epidemia de covid-19 observada ao longo dos últimos dias em Pernambuco. O receio de especialistas é que, com o início da flexibilização das restrições de funcionamento do setor, venha uma nova onda de aceleração da curva de casos e mortes por covid-19. Em outros locais do Brasil e do mundo, onde já foram feitos ciclos de relaxamento no isolamento social, houve novas explosões de adoecimento. É por isso que o lema “fique em casa” continua valendo para toda a população pernambucana.

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“A ativação de cada uma das próximas etapas (do Plano de Convivência com a Covid-19), depende unicamente das atitudes de cada um de nós. É uma volta a um novo normal, uma normalidade possível. Ficar em casa, para quem pode, ainda é preciso. Sair, só para o inevitável e sempre reforçando as medidas de higiene pessoal e etiqueta respiratória, que precisam estar incorporadas ao cotidiano”, diz o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, que ainda reforça a mensagem sobre as condutas da sociedade. “O nosso comportamento hoje será determinante para os nossos próximos passos”, complementa.

O cumprimento das recomendações durante a quarentena rígida (na segunda quinzena de maio), por parte da população, foram essenciais para achatar a curva epidêmica, especialmente no Recife. “Acalmou (a epidemia) porque a gente passou por um processo de fechamento completo de quase tudo. Foram duas semanas de distanciamento extremo, e isso deve ter refletido nos números que vemos agora. A questão é que ainda há muita gente susceptível, que pode ter a doença. O vírus ainda está circulando, e muito. A gente vê casos praticamente em todo o Estado”, ressalta o infectologista Demócrito Miranda, professor da Universidade de Pernambuco (UPE).

O Estado tem, ao todo, 182 dos seus 184 municípios, além da ilha de Fernando de Noronha, atingidos pela pandemia de covid-19. Os únicos sem confirmações são Mirandiba e Manari, no Sertão. A maioria das cidades (91,3%) também registrou pacientes que evoluíram para a forma grave da doença.

Atualmente, está em alerta o sinalizador da situação no interior, onde a demanda por leitos de unidade de terapia intensiva está alta, segundo o governo estadual. Foi por essa condição que 85 municípios do Agreste e da Zona da Mata não entraram na flexibilização das restrições desta semana, diferentemente das demais regiões do Estado onde comércio de rua, salões de beleza e serviços de estética retomam as atividades.

Quem precisar ir às ruas deve continuar com todos os cuidados recomendados desde o início da epidemia, sem esquecer o uso de máscaras. “A gente permanece sem algo novo: não há vacina nem medicação nova. Quem adoece vai continuar também tendo riscos. Então, devemos continuar se reservando o máximo possível em nossas casas, saindo só o necessário, mesmo com esse parcial relaxamento das medidas de distanciamento. É preciso que a população tenha muito bom senso”, frisa Demócrito Miranda.

Ontem a Secretaria Estadual de Saúde confirmou 590 novos casos da covid-19 em Pernambuco. Com isso, são 45.261 pessoas que se infectaram no Estado. Além disso, subiu para 3.855 o número de mortes pela doença.

"Colocamos em prática, desde 8 de junho, o nosso Plano de Convivência com a Covid-19, construído de maneira segura e com base em dados epidemiológicos”, frisa o secretário André Longo. "Nada garante que as pessoas indo às ruas não vão adoecer. É uma hora em que se deve ter cuidado, principalmente quem tem idoso ou demais grupos de risco em casa”, diz o infectologista Demócrito Miranda

 

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