Pandemia

Varejo, salões e treinos. Como será a nova fase de reabertura em Pernambuco nesta segunda-feira (15)

Cem municípios do Estado entram na quarta fase do Plano de Convivência das Atividades Econômicas

JC
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Publicado em 14/06/2020 às 20:34 | Atualizado em 14/06/2020 às 20:34
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RUA Promoção "patriótica" não tem alcance local. "Só os grandes podem trocar preço por volume", diz economista - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Nesta segunda-feira (15), cem dos 185 municípios de Pernambuco entram na quarta fase do Plano de Convivência das Atividades Econômicas que estavam paralisadas por conta da pandemia do novo coronavírus. Nesta etapa, podem funcionar lojas de varejo com até 200 m²; serviços de venda, locação e vistoria de veículos com 50% dos funcionários; salões de beleza e serviços de estética e treinos de futebol profissional. O plano da reabertura gradual da economia foi anunciado pelo governo no dia 1° de junho de 2020, 82 dias após a confirmação dos dois primeiros casos da covid-19.

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Segundo o governo estadual, ficam de fora da nova etapa 85 municípios do Agreste e das Zonas da Mata Sul e Norte porque as cidades das regiões de Palmares, Goiana, Caruaru e Garanhuns não mostraram tendência de queda no número de novos casos e apresentaram aumento na demanda por leitos de terapia intensiva. Além dos serviços essenciais, como farmácias e supermercados. Já estavam funcionando lojas de construção, comércio atacadista e drive-thru nos shoppings. O setor de construção civil também foi liberado. Todos com protocolos específicos de higiene.

Muita gente iniciou a preparação para a reabertura na semana passada. É o caso de Elaine Santiago, dona de um Salão de Beleza, em Afogados, Zona Oeste do Recife. Na entrada do estabelecimento, uma solução com água sanitária será utilizada pelos clientes para higienizar os sapatos. Também haverá uso de luvas, máscaras, protetores faciais e álcool em gel, materiais de segurança necessários para cumprir o protocolo. “A minha expectativa é de receber os clientes e que eles se sintam seguros com o nosso trabalho. Sei que vai demorar um pouco para termos a movimentação de antes, mas haverá uma total segurança, já que iremos seguir direitinho o protocolo exigido”, assegura Elaine.

O espaço de trabalho no salão também passou por alterações para seguir as medidas de segurança. As bancadas foram reduzidas para manter o distanciamento de 1,5 metro, o número de funcionários será menor, e os clientes só serão atendidos com horário marcado e fazendo uso da máscara.

Em relação ao varejo, além das máscaras e álcool em gel, é necessário o uso do medidor de temperatura de clientes e funcionário. O horário de funcionamento e a quantidade de clientes serão reduzidos. Diane de Souza, proprietária de uma loja de vestuário em Santo Amaro, conta como se adaptou. “Vamos funcionar com o atendimento de apenas 20% dos clientes, preparamos todos os funcionários. Vamos reduzir o horário de trabalho. Infelizmente, não será possível fazer a prova de roupa na loja, e a troca será realizada após sete dias, que é para eliminar os perigos da contaminação do vírus”, completa.

Outra novidades desta segunda-feira é a esperada volta do plantão do milho, no Ceasa. A partir de hoje, o local vai funcionar 24 horas para atender a compra de milho para o período junino. O pátio funciona neste regime até o dia 24. “Não tem festa, porém o comércio vai existir. A tradicional feira de milho, vai ter. E nós temos a infraestrutura necessária para garantir que os comerciantes vendam milho e que o milho chegue na mesa da população”, diz o presidente do Ceasa, Gustavo Melo, presidente do Ceasa.

A expectativa de oferta é de 12 milhões de espigas, um pouco menos que no ano passado, quando ficou em torno de 13 milhões de espigas. O preço da mãe de milho, com 50 espigas, está variando entre R$ 20 e R$ 30, semelhante ao do ano passado. Até o momento, desde o início do mês, as vendas caíram cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

A abertura do período de venda de milho no Ceasa não terá festa, nem apresentação de bacamarteiros e sanfoneiros, como acontecia todos os anos. Tudo para evitar aglomerações. Além disso, a administração estuda o disciplinamento do trânsito na área interna do Centro e o distanciamento entre os produtores de milho que vão ofertar o produto.

O Ceasa vai ainda lançar uma campanha para que o público faça suas compras no período da tarde, evitando o horário de maior demanda do Centro de Abastecimento, que acontece pela manhã.

PADARIAS

Os donos de padarias e delicatessens que preparam e vendem comidas juninas estão certos que o consumo será menor esse ano. Mesmo assim, apostam na tradição pernambucana de consumir produtos à base de milho nesta época e já prepararam seus cardápios e algumas novidades. O São João é o terceiro melhor período de vendas para as padarias, perdendo apenas para o Natal e o Réveillon.

Juliana Wolfenson, proprietária da Padaria Jaqueira, no bairro de mesmo nome na Zona Norte do Recife, apostou em peças em miniaturas e cestas para presentes para impulsionar as vendas. “Nós sabemos que não deveremos ter uma demanda igual a de um São João normal porque não deverá haver aqueles arraiais, aquelas festas de rua, mas, mesmo quem está em casa vai querer comer os pratos da época. Vamos lançar um cardápio com bolos menores e kits com vários produtos, para comemorações menores, em família”, afirmou a empresária.

Para o empresário Marcelo Gonçalves, sócio proprietário da Padaria Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, a expectativa é de vendas 30% menores no São João deste ano, mas ele acredita que a queda no consumo pode ser compensada pelo fato das famílias não se deslocarem para cidades do interior, já que não haverá pólos juninos tradicionais como o de Caruaru, no Agreste. “Estamos fortalecendo a divulgação dos produtos juninos nas redes sociais e vamos ampliar o serviço de delivery”, afirmou Marcelo.

Quarta Fase

O que já estava funcionando:

- Lojas de materiais de construção e delivery de comércio não essencial.
- Varejo de bairro, exclusivamente por delivery, e shoppings, por delivery e drive-thru.
- Comércio atacadista.
- Construção civil com 50% do seu efetivo e em horário livre.
- Clínicas e consultórios médicos, odontológicos e veterinários, óticas, clínicas de fisioterapia e de psicologia.

O que passa a funcionar:

- Lojas de varejo com até 200 m² de espaço aberto para clientes.
- Serviços de venda, locação e vistoria de veículos com 50% dos funcionários
- Salões de beleza e serviços de estética, com atendimento de um cliente por vez, por agendamento, sem fila de espera e com higienização de um cliente e outro
- Treinos de futebol profissional

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