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Vacina contra covid-19: saiba o que acontece ao tomar doses de diferentes fabricantes

Segundo a Anvisa, se alguém identificar que houve troca de fabricante entre a primeira e a segunda dose da vacina, as autoridades de saúde devem ser informadas

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Cinthya Leite

Publicado em 30/04/2021 às 18:29 | Atualizado em 30/04/2021 às 18:30
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Ao longo deste campanha de vacinação contra covid-19, rumores sobre a mistura de doses na imunização têm sido disseminados em redes sociais. Sobre o assunto, não há pesquisas que comprovem segurança e eficácia se for feito uso de vacinas diferentes, por uma mesma pessoa, contra novo coronavírus. Ou seja, não se sabe exatamente o que pode acontecer se um indivíduo receber a primeira dose com AstraZeneca e a segunda com CoronaVac - ou vice-versa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta os profissionais de saúde e a população para que a administração da primeira e da segunda doses da vacina contra a covid-19 seja realizada com imunizantes do mesmo fabricante. Não existe, até o momento, informação sobre intercambialidade entre as vacinas utilizadas no Brasil. Os dados, por enquanto, não sustentam que a troca de fabricantes de vacinas, entre a primeira e a segunda dose, produza resposta imune ao novo coronavírus. Segundo a Anvisa, se alguém identificar que houve troca de fabricante entre a primeira e a segunda dose da vacina, as autoridades de saúde devem ser informadas.

O médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima explica que os estudos mais avançados até o momento consideram apenas as aplicações de doses de um só fabricante. "Na Inglaterra, está em andamento um estudo para avaliar eficácia com uso de duas doses de vacinas contra covid-19 de laboratórios distintos: da Pfizer e da AstraZeneca. Até o momento, não sabemos se a intercambialidade entre imunizantes diferentes oferece melhora ou piora da resposta", informa Eduardo Jorge.

Ele ressalta que o uso de doses de fabricantes diferentes de vacinas é algo frequente na vacinologia. "É o que pode acontecer com as vacinas pneumocócicas conjugadas: as duas primeiras doses serem de um fabricante (VPC10); o reforço, de outro (VPC13). Nesse caso, existe essa possibilidade porque se trata de vacinas conjugadas, com a mesma tecnologia", esclarece Eduardo Jorge, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações no Comitê Técnico de Pernambuco para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. Ele acrescenta que, no caso dos imunizantes contra covid-19 com uso aprovado no Brasil (Pfizer/AstraZeneca/Butantan), a situação é mais complexa porque se trata de tecnologias diferentes. Já as vacinas AstraZeneca, Janssen e Sputnik V têm a mesma plataforma tecnológica, mas a intercambialidade entre elas também não foi estudada.

A orientação da Anvisa para a população em geral é que, ao se perceber possível troca de fabricantes entre as duas doses da vacina, seja feita uma comunicação imediata à equipe de saúde, com apresentação do cartão de imunização. Já os profissionais de saúde devem registrar essa ocorrência no sistema e-SUS Notifica. E os fabricantes, segundo a Anvisa, devem notificar o caso no sistema VigiMed e ativar o sistema de farmacovigilância para o acompanhamento do ocorrido.

 

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