Covid-19: Por que a vacina da AstraZeneca causa reações? Existe algum risco? Entenda
Testes realizados no Brasil mostraram que o imunizante em questão garante 79% de eficácia em casos sintomáticos da doença que já matou, até esta quinta-feira (3), mais de 468 mil pessoas no país, mas pode, como qualquer outro, trazer efeitos adversos
Nas redes sociais, são constantes os relatos bem humorados de pessoas que tiveram efeitos colaterais leves após terem tomado a vacina contra a covid-19, principalmente a fabricada pela Astrazeneca/Oxford. Testes realizados no Brasil mostraram que o imunizante em questão garante 79% de eficácia em casos sintomáticos da doença que já matou, até esta quinta-feira (3), mais de 468 mil pessoas só no país, mas pode, como qualquer outro, trazer efeitos adversos, segundo a infectologista Vera Magalhães.
“É muito comum que os vacinados tenham efeitos adversos leves, como dor no local da aplicação, febre, calafrio e diarreia, que ocorrem nas primeiras 24h após a aplicação”, disse a especialista, que esclareceu: "quando a gente indica a vacina, sempre fazemos avaliação do risco benefício, e nesse caso o benefício suplanta em muito o risco”.
Foi o caso de diversos internautas que relataram reações à vacina. Confira alguns comentários:
Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a vacina de Oxford/AstraZeneca, da Fiocruz, é feita com vetor viral vivo que não tem capacidade de se multiplicar no hospedeiro. "O que acontece é o seguinte: quando uma pessoa é imunizada, o vetor viral entra nas células e se comporta como vírus vivo, causa uma infecção, mas não completa o ciclo viral, portanto ele é considerado não replicativo. Ao entrar nas células e provocar uma infecção viral, ele expressa as proteínas que são dele, um adenovírus, e um gene recombinante que codifica a proteína S do Sars–CoV–2".
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Em abril, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) publicou um relatório que confirma uma relação entre a vacina Vaxzevria, de AstraZeneca e Universidade de Oxford, e o risco de trombose. A descoberta causou burburinho, mas, segundo dados da própria instituição, houve apenas 222 notificações de trombose no cérebro ou no abdômen num universo de 34 milhões de pessoas vacinadas. O que significa, portanto, que 0,0006% dos imunizados tiveram o efeito colateral.
Vera Magalhães esclareceu que a covid-19 é uma doença que por si só pode causar a trombose, e que a baixa frequência de casos em imunizados é semelhante, inclusive, à de jovens mulheres que tomam anticoncepcional. “O que temos que analisar é a gravidade da covid. É melhor tomar a vacina mesmo com o risco raríssimo de desenvolver um efeito adverso mais grave”, disse.
Os raros fenômenos tromboembólicos podem acontecer, segundo a infectologista, no 7º ou 8º dia após a imunização. “Se sentir efeitos adversos graves, dor de cabeça muito forte ou dor abdominal, deve-se procurar um hospital”, orientou.
A Secretaria de Saúde do Governo de Pernambuco (SES-PE) orientou que todos os eventos, sejam graves ou não, bem como os erros de imunizações, devem ser notificados através do e-SUS Notifica, no link https://notifica.saude.gov.br/login. No último mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a alertar para a importância de profissionais de saúde e cidadãos comunicarem eventuais reações a medicamentos ou vacinas através do VigiMed, sistema gratuito de informações que pode ser acessado a partir da página da Anvisa, na internet.