Pernambuco atinge 87% de ocupação nas UTIs públicas de covid-19, menor taxa desde fevereiro
A última vez que o Estado havia tido essa taxa foi em 20 de fevereiro
Pela primeira vez desde 20 de fevereiro, Pernambuco atingiu nesta quinta-feira (17) uma ocupação de 87% nos leitos públicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados a pacientes com problemas respiratórios - sintomas de covid-19 - zerando novamente a fila de espera por vagas. A queda desse indicador e de outros, como o de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e o de acumulado do número de solicitações de leitos, foram apresentados pela gestão estadual como os possibilitadores de uma série de flexibilizações das atividades sociais e econômicas que serão feitas a partir desta segunda-feira (21).
Durante coletiva de imprensa, secretário de Saúde, André Longo, apresentou que o número de solicitações de leitos de UTI nos primeiros quatro dias desta semana apontam para nova redução em todas as regiões, e associou a melhora dos dados epidemiológicos em Pernambuco à "uma serie de medidas". "Envolve um combate ao negacionismo muito importante em Pernambuco e no Nordeste como um todo, aliado à vacinação, à expansão da capacidade de leitos e ao impacto do final da sazonalidade. [Já que], em anos pandêmicos e não pandêmicos, há maior ocorrência de doenças respiratórias no primeiro semestre e uma redução a partir da segunda quinzena de junho."
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Um dos anúncios de flexibilização foi a autorização para retomada das cirurgias eletivas já a partir desta sexta-feira (18) nas redes pública e privada de todo Estado. Neste primeiro momento, a liberação "deve atender os procedimentos com anestesia locorregional – anestesia localizada onde paciente, a princípio, não necessita de intubação – e internação hospitalar". As cirurgias de caráter eletivo e que demandam anestesia geral continuam suspensas.
“Esta retomada será feita de forma gradual, de acordo com a realidade de cada unidade de saúde, e levando em consideração a oferta de vagas e também de insumos médico-hospitalares”, informou Longo. Por nota, a Secretaria de Saúde disse que "as unidades devem estar atentas a sua disponibilidade de leitos e insumos medicamentosos, caso haja necessidade de conversão para anestesia geral".
Atividades e serviços em municípios da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e parte do Sertão também poderão estender horários de funcionamento. A partir da próxima segunda-feira (21), até, inicialmente, 4 de julho, o horário de funcionamento de boa parte dos setores poderá se estender até às 22h durante a semana e até às 21h nos fins de semana nas Macrorregiões 1, 2 e 4. Na Macrorregião 3 – que engloba as Gerências Regionais de Saúde com sedes em Arcoverde, Afogados da Ingazeira e Serra Talhada – a partir de segunda-feira, até o dia 27, as atividades econômicas poderão voltar a funcionar até às 18h, tanto nos dias de semana como aos sábados e domingos.
No entanto, é preciso ficar atento para medidas específicas setoriais, anunciadas pela secretária executiva de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ana Paula Vilaça. “As academias terão de fechar às 22h durante a semana, e às 18h nos finais de semana. Além disso, museus, teatros e cinemas poderão voltar a funcionar, com limite de 30% da capacidade. Já os eventos corporativos poderão ser realizados com até 50 pessoas”, informou. O funcionamento do comércio de praia e medidas de fiscalização ficam a cargo das prefeituras.
Nesta quinta, a Secretaria de Saúde do Estado informou que foram registrados 3.114 novos casos de covid-19. Assim, Pernambuco totalizou 530.077 casos confirmados da doença. Mesmo com o alto número de confirmações, o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo, informou que houve uma redução de 10% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre a Semana Epidemiológica 23 e a 22, e de 12,3% em relação à semana 21.
"Nas solicitações de leitos de UTI, houve redução de 16% no acumulado do Estado. A 1ª Macrorregião teve queda de 15%. O Agreste apresentou redução de 30%. A 3ª Macrorregião conseguiu reverter a tendência de alta e encerrou a semana com um cenário de estabilidade, com redução de 4%. Já a 4ª Macrorregião manteve a estabilidade, com uma leve oscilação de oito casos a mais”, analisou.
Apesar do afrouxamento nas restrições e queda nos indicadores da pandemia em Pernambuco, o secretário de Saúde foi enfático ao dizer que "não é hora de comemorar", mas sim de manter as medidas de proteção. "É importante sempre destacar como será determinante o comportamento social de cada um de nós. O cuidado continua sendo fundamental, não é momento de comemoração e muito menos de relaxamento total. Continuaremos monitorando esses indicadores de forma permanente. Estaremos atentos ao comportamento das pessoas nas diversas atividades retomadas, e, a partir dos números, pode haver sim o retorno de medidas mais duras. Para avançarmos no plano de convivência, precisamos do apoio de todos", pediu André Longo.