Covid-19

Vai ter Carnaval em 2022? Secretário de Saúde de Pernambuco fala sobre folia

A expectativa do Governo do Estado é de que 90% da população pernambucana possa estar com o esquema vacinal completo (as duas doses) e os mais vulneráveis com a terceira dose até fevereiro de 2022

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Mirella Araújo

Publicado em 18/11/2021 às 17:40 | Atualizado em 19/11/2021 às 8:16
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Conforme o Governo do Estado anuncia medidas de flexibilização que fazem parte do Plano de Convivência com a Covid-19, aumentam os questionamentos se haverá ou não Carnaval em Pernambuco. Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (18), o secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou que hoje “não há segurança sanitária” para a realização de grandes eventos que provoquem grandes aglomerações.

“Neste momento, ainda é cedo para tomarmos decisões acerca desses eventos, especialmente do Carnaval, que se realiza de forma concomitante - este ano é no final de fevereiro - com o período de sazonalidade de ocorrência de doenças respiratórias. Então, nosso planejamento é independente da realização do Carnaval, nós precisamos chegar em fevereiro com as melhores condições sanitárias possíveis e segurança sanitária”, explicou Longo.

 

Ainda segundo o secretário, os municípios pernambucanos podem fazer seus planejamentos sobre essas festividades, entretanto, a definição se ocorrerá ou não, eventos públicos ou privados, deverá levar em consideração as condições e segurança sanitárias. Esses fatores estão sendo avaliados pelo comitê técnico estadual. 

A expectativa do Governo do Estado é de que 90% da população pernambucana possa estar com o esquema vacinal completo (as duas doses) e os mais vulneráveis - pessoas acima de 55 anos, pessoas com imunodeficiência grave e os profissionais de saúde - já tenham recebido a terceira dose de reforço, até fevereiro de 2022.

“É preciso lembrar que ventos que sopram hoje na Europa, não são bons ventos. Estamos vendo situações como a de Portugal, que nas últimas 48 horas, teve aumento do número de casos, de pacientes internados, e começa a ter problemas porque relaxou nas medidas, inclusive nas medidas de máscaras em locais abertos”, declarou.

O médico e representante da Sociedade Brasileira de Imunizações, Eduardo Jorge da Fonseca, também participou da coletiva realizada no Palácio do Campo das Princesas, e explicou que o foco na aplicação da terceira dose não tem ligação com o Carnaval.

“É uma necessidade que se observou, que após os cinco meses de término do ciclo vacinal, há uma redução de proteção e nós precisamos expandir essa proteção. A vacina é importante, mas não é só ela. Precisamos garantir que teremos um 2022 mais tranquilo, com esforço de cada um e compreensão para continuar com as medidas não farmacológicas”, declarou.

Morro da Conceição

A respeito das celebrações da Festa de Nossa Senhora da Conceição, que serão iniciadas a partir do dia 28 de novembro e seguem até o dia 8 de dezembro, com expectativa de público entre 800 mil e um milhão de pessoas apenas neste último dia, o secretário estadual de Saúde André Longo afirmou que a Igreja Católica tem tido uma parceria importante para o enfrentamento da covid-19. 

"Essa é uma tradição importante e se espera que prevaleça todos os cuidados sanitários. Não é uma festa que junta um milhão de pessoas ao mesmo tempo, é um percurso que as pessoas fazem. A Igreja tem se comprometido na cobrança da vacinação para eventos religiosos com mais de 300 pessoas. E as recomendações que todos estejam usando máscara, o distanciamento social possível, cuidado com a higiene das mãos e ter nas cerimônias religiosas os cuidados necessários", declarou. 

Terceira Dose

As cidades pernambucanas estão autorizadas a iniciar a aplicação da dose de reforço (terceira dose) contra a covid-19 no público a partir dos 18 anos. A medida foi anunciada pelo governo do Estado nesta quarta-feira (17), um dia depois da autorização por parte do Ministério da Saúde.

O novo público poderá receber a imunização de reforço cinco meses após a finalização do esquema vacinal com duas doses. Para os trabalhadores de saúde e pessoas acima dos 55 anos, o intervalo de quatro meses, pactuado anteriormente, permanece. Também não há modificação no intervalo para as pessoas com alto grau de imunossupressão, que será mantido em 28 dias após a última dose do esquema básico.

No caso dos adolescentes, o médico Eduardo Jorge da Fonseca explica que a resposta imunológica desse grupo, com as duas doses da vacina contra a covid, são mais robustas. "Provavelmente será um grupo que não precisará de terceira dose, mas isso é o que estamos analisando”, disse.

O secretário estadual de Saúde, André Longo, garantiu que há vacinas suficientes tanto para quem está em atraso com a segunda dose, quanto para quem irá receber o reforço. “Nosso problema já foi falta de vacina, agora, nosso problema é [falta de] braço para receber a aplicação da vacina. Há vacina suficiente para vacinar todo mundo que precisa ser vacinado”, destacou.

 

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