Com avanço da ômicron, Pernambuco discute aumento de restrições
Comitê de Enfrentamento à Covid-19 discutirá, na próxima segunda (7), a possibilidade de adotar novas medidas restritivas no Estado
Diante do avanço da variante ômicron, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou, em coletiva realizada nesta quinta-feira (3), que o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 discutirá, na próxima segunda (7), a possibilidade de adotar novas medidas restritivas.
“Pernambuco está entre os cinco Estados com mais medidas de restrição no Brasil, e é um dos poucos que exige, além do passaporte vacinal, o exame negativo para entrada em eventos. No entanto, é um fato inegável a aceleração da ômicron e vamos aguardar a conclusão desta semana epidemiológica para analisar os dados de forma pormenorizada para tomar as decisões que necessárias. O governo do Estado não vai hesitar em ampliar as medidas, caso os indicadores se imponham”, disse o secretário.
A aceleração da variante ômicron impacta nas solicitações de leitos. A central de regulação registrou, na quarta semana epidemiológica (SE) deste ano, encerrada no último sábado (29), 650 pedidos por vagas de UTI – um crescimento de 18% em uma semana, mas redução de 4% em 15 dias. Além disso, o Estado está registrando, nos últimos três dias, aumento nos registros de óbitos.
Nesta quinta, o Estado contabilizou mais 4.650 casos da covid-19, sendo 70 (1,5%) de síndrome respiratória aguda grave (srag) e 4.580 (98,5%) leves. Agora, Pernambuco soma 716.733 infecções. Também houve a confirmação de19 óbitos, ocorridos entre os dias 31/01/2021 e essa quarta (2). Com isso, o Estado soma 20.701 mortes pela covid-19.
Arrefecimento da epidemia de influenza
De acordo com o secretário de Saúde, na quarta semana epidemiológica deste ano, Pernambuco teve pela terceira semana seguida, uma nova desaceleração nos casos de srag, causada pelo arrefecimento da epidemia da Influenza A no Estado. Entre os dias 23 e 29/01, foram registradas 842 notificações, uma redução de 15% em uma semana e de 28% em 15 dias.
Recomendação do Consórcio Nordeste
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou nesta quinta que governantes estaduais e municipais da região cancelem o feriado do Carnaval e proíbam as festas privadas e shows que possam gerar aglomerações.
A recomendação do Consórcio Nordeste leva em conta o aumento da média móvel de casos do novo coronavírus. Dados apresentados no documento mostram que, em 25 de junho de 2021, tinham sido registrados 75 mil novos casos pelo País, com média de 74,5 mil em 7 dias. Em 29 de janeiro de 2022, foram 207 mil novos casos, com média de 184 mil casos em 7 dias.
Por isso, para o Consórcio, manter o feriado pode se constituir num "estímulo para a população ir às ruas, promovendo aglomerações, o que poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia e o consequente prolongamento da terceira onda no Brasil." O Comitê também diz ter clareza sobre as dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes do cancelamento das festas privadas; mas defende que "o mais importante no momento é salvar vidas".
Ainda, como prevenção à doença, a nota pediu pela intensificação das campanhas de vacinação contra a covid-19 e a manutenção de leis que obrigam o uso de máscaras em quaisquer ambientes. A recomendação é que os governos promovam estudos que busquem reconhecer as barreiras para a vacinação, e campanhas públicas de esclarecimento sobre a importância dela, além de uma busca ativa daqueles que ainda não receberam a segunda dose e ampliação dos postos em locais de grande circulação de pessoas.
"Outras medidas como a aplicação da vacina nas escolas, para atingir a maior cobertura de vacinação com a primeira e a segunda dose nas crianças e adolescentes, utilização volante de viaturas como o carro da vacina, em analogia com o 'carro do ovo' nas cidades, contribuirão para ampliar a cobertura vacinal", sugere.