CARNAVAL

Comitê do Consórcio Nordeste recomenda proibição de festas privadas de Carnaval e cancelamento de feriado

Medida tem como intenção evitar a transmissão da covid-19, diante do aumento de casos provocado pela alta transmissibilidade da variante ômicron

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Katarina Moraes

Publicado em 03/02/2022 às 11:55 | Atualizado em 03/02/2022 às 12:29
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O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou nesta quinta-feira (3) que governantes estaduais e municipais da região cancelem o feriado do Carnaval e proíbam as festas privadas e shows que possam gerar aglomerações. A decisão levou em conta a alta transmissibilidade da variante ômicron, que provocou uma nova onda da pandemia pelo mundo. 

Atualmente, o Consórcio Nordeste é presidido pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Apesar disso, o governo estadual ainda não se manifestou sobre a realização ou não das festas privadas de Carnaval. Pelo protocolo válido até o dia 15 de fevereiro, elas poderiam acontecer, desde que sigam o limite de até 3 mil pessoas em locais abertos e de 1 mil em espaços fechados ou 50% da capacidade do local, valendo o que for menor.

Só nos dias anteriores ao fim do atual protocolo serão anunciadas novas medidas que podem restringir, abrandar ou manter as regras para realização de eventos no Estado.

A recomendação do Consórcio Nordeste leva em conta o aumento da média móvel de casos do novo coronavírus. Dados apresentados no documento mostram que, erm 25 de junho de 2021, tinham sido registrados 75 mil novos casos pelo País, com média de 74,5 mil em 7 dias. Em 29 de janeiro de 2022, foram 207 mil novos casos, com média de 184 mil casos em 7 dias.

Por isso, para o Consórcio, manter o feriado pode se constituir num "estímulo para a população ir às ruas, promovendo aglomerações, o que poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia e o consequente prolongamento da terceira onda no Brasil." O Comitê também diz ter clareza sobre as dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes do cancelamento das festas privadas; mas defende que "o mais importante no momento é salvar vidas".

Ainda, como prevenção à doença, a nota pediu pela intensificação das campanhas de vacinação contra a covid-19 e a manutenção de leis que obrigam o uso de máscaras em quaisquer ambientes. A recomendação é que os governos promovam estudos que busquem reconhecer as barreiras para a vacinação, e campanhas públicas de esclarecimento sobre a importância dela, além de uma busca ativa daqueles que ainda não receberam a segunda dose e ampliação dos postos em locais de grande circulação de pessoas.

"Outras medidas como a aplicação da vacina nas escolas, para atingir a maior cobertura de vacinação com a primeira e a segunda dose nas crianças e adolescentes, utilização volante de viaturas como o carro da vacina, em analogia com o 'carro do ovo' nas cidades, contribuirão para ampliar a cobertura vacinal", sugere.

Cremepe apoia suspensão

No fim de janeiro, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) já havia defendido que festas, reuniões, cerimônias, formaturas e todo tipo de aglomeração fossem proibidas pelo governo do Estado. Para a autarquia, essa seria uma forma de demonstrar coerência em mais um duro momento de enfrentamento à covid-19.

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