Os resultados dos testes rápidos de covid-19, realizados nos centros de testagem do Recife e nas oito unidades de saúde onde são feitos os exames, mostram que a média do índice de positividade caiu cerca de 30% na capital pernambucana. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde. Na semana epidemiológica 4, que compreende o período de 23 a 29 de janeiro, foram realizados 21.342 testes rápidos nos centros de testagem e nas unidades de saúde. Desse total, 10.229 foram positivos, o que corresponde a 47,9%. Na semana seguinte, de 30 de janeiro a 5 de fevereiro, 39.968 testes foram feitos, com resultado positivo em 13.986, ou seja, 35%.
Quando se analisam apenas os últimos dias, também se constata uma queda progressiva. No dia 3 deste mês, o percentual de positividade, somando os centros de testagem e as oito unidades de saúde, estava em 33,4%. No dia seguinte, caiu para 25,9%. No dia 7, estava em 25,2%. Já no último dia 9, o índice de positividade chegou a 22,2%. De 3 a 9 deste mês, a média ficou em 25,8%.
Ao se avaliar apenas os centros de testagem, também se percebe essa queda. De 23 a 29 de janeiro, em cinco centros de testagem, foram realizados 15.971 testes, sendo que 49,7% tiveram resultados positivos. Já de 30 de janeiro a 5 de fevereiro, em dez centros de testagem, foram feitos 34.342 testes, dos quais 34,7% foram positivos. Quando comparamos esses dois períodos, é possível observar uma redução de aproximadamente 30%, em relação ao percentual de positividade. Nesta atual semana epidemiológica, que começou no último dia 6 e termina no sábado (12) foram realizados 18.702 exames até o momento, sendo 23% deles positivos.
Sobre os testes rápidos realizados nas oito unidades de saúde, na semana epidemiológica 4, de 23 a 29 de janeiro, foram realizados 5.371 testes, sendo 42,7% positivos. Já na semana seguinte, de 30 de janeiro a 5 de fevereiro, um total de 5.626 testes foi feito, com um índice de positividade de 37,1%. Na atual semana (de 6 a 12 de fevereiro), até o momento, foram realizados 2.551 testes, sendo 25,4% positivos.
A Secretaria de Saúde do Recife atualmente tem capacidade para realizar 11.700 testes rápidos de antígeno por dia. Esse número foi ampliado em 30% nos últimos dias, quando a prefeitura já oferecia uma média de nove mil testes rápidos diariamente. A cidade conta com 13 centros exclusivos de testagens para o diagnóstico de covid-19, além de oito unidades de saúde onde também é possível realizar o exame, totalizando 21 pontos na cidade.
"Se não houver outra variante, creio que estamos evoluindo para resolver esta pandemia", diz doutor Salim, em entrevista à Rádio Jornal
Conhecido como médico de família, doutor Salim trouxe a sua visão sobre o possível fim da pandemia de covid-19
O atual cenário epidemiológico da covid-19, com a expansão da variante ômicron, foi tema de destaque durante o programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã sexta-feira (11). Mediado por Geraldo Freire, o debate contou com a participação do clínico-geral Alfredo Salim, do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Conhecido como médico de família, doutor Salim foi entrevistado por Cinthya Leite, Igor Maciel, Romoaldo de Souza e Wagner Gomes. Ele trouxe a sua visão sobre o possível fim da pandemia, se houver queda sustentada dos casos da ômicron no Brasil, assim como tem ocorrido em países da Europa como França, Reino Unido, Espanha e Dinamarca.
"As pessoas têm que entender que nós, médicos, temos opinião. Isso é diferente de ter uma convicção. O defeito da medicina hoje é que se taxa como regra e como verdadeiro uma opinião própria. Eu estou vendo que estamos ainda na pandemia, os casos aumentaram demasiadamente e agora estão começando a cair (no Brasil). Vejo isso no próprio atendimento do Sírio Libanês. A ômicron parece mesmo que é extremamente transmissível, mas não é 100% certo que a evolução (da doença causada por essa variante) seja boa ou tranquila. Mas se acredita que ela poupa, sim, o comprometimento pulmonar", disse doutor Salim.
O médico acrescentou que, neste momento, a população vivencia um ambiente bastante diferente do que ocorreu em 2020 e 2021, com a chegada do coronavírus e a segunda onda. "Parece uma outra doença, e isso ocorre porque os pacientes que foram vacinados efetivamente estão mostrando uma evolução muito melhor. Eu tive poucos casos recentes que foram internados, e esses pacientes que tiveram evolução pior, eram pacientes não vacinados ou que não completaram o esquema com a terceira dose da vacina. Está muito claro: o que estamos vendo hoje em dia é que ainda temos pacientes nas UTIs (unidades de terapia intensiva), ainda estamos tendo óbito por covid, mas em casos específicos: em pessoas não vacinadas ou idosos graves, em pacientes que teriam um desfecho pior independentemente da doença." Ele destacou que seria o caso de um paciente pulmonar crônico, um paciente com 95 anos, diabético, ou um paciente oncológico que faz quimioterapia. "Qualquer variante (nesses casos), qualquer manifestação é perigosa."
Diante dessas explicações, doutor Salim emitiu uma opinião sobre a ômicron. "Se não houver nenhuma outra variante, nenhum tropeço da natureza, eu acho que estamos evoluindo para resolver esta pandemia, desde que as pessoas se vacinem, usem máscara, evitando disseminação da doença", frisou.
O médico sublinhou que, para entender a evolução do coronavírus, é essencial compreender como terminou a pandemia da gripe espanhola, que matou de 50 milhões a 100 milhões de pessoas até 1919. "Naquela época, a Espanha foi o país que assumiu que estava com muitos casos de um processo viral que levava à morte e que era uma gripe. Como ela parou de se espalhar pelo mundo? Pelas variantes. Então, na minha opinião, como aconteceu na pandemia da gripe espanhola, na nossa pandemia atual de covid, a variante ômicron poderia ser, sim, o fim da pandemia. "Mas ainda estamos com os casos, a ômicron mata sim, é altamente transmissível. Mas agora nós temos uma mudança de comportamento principalmente baseado na vacinação em massa da população", acrescentou.
Durante o programa na Rádio Jornal, doutor Salim compartilhou que acredita muito na ciência e no poder da imunização, inclusive para o público infantil, cuja adesão à vacina ainda permanece baixa no Brasil (com apenas 23% das crianças de 5 a 11 anos imunizadas). Além disso, o médico deixou claro que, se a quarta dose contra a covid-19 for recomendada para a população em geral, pelas autoridades e órgãos sanitários, ninguém deve recusar tomá-la.
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