PANDEMIA

Shows e estádios de futebol devem ter maior capacidade em Pernambuco a partir de terça-feira

Último decreto estadual prevendo flexibilizações após o Carnaval 2022 vence nesta terça-feira (15/3)

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Cinthya Leite, Roberta Soares

Publicado em 13/03/2022 às 20:51 | Atualizado em 15/03/2022 às 20:50
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Nesta terça-feira (15/3) vence o último decreto do governo de Pernambuco prevendo flexibilizações no Plano de Convivência com a Covid-19 e, por isso, a semana começa com a expectativa de que sejam anunciadas novas mudanças no Estado. A liberação do uso de máscaras, entretanto, não deverá estar no pacote, como aconteceu em algumas das maiores cidades do País - São Paulo e Rio de Janeiro.

Nem mesmo em ambientes abertos, como já deixou claro o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, ao afirmar, na semana passada, que a posição do governo do Estado permanecia a mesma: “Máscaras estão mantidas em Pernambuco".

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André Longo, ao afirmar, na semana passada que a posição do governo do Estado permanecia a mesma: "Máscaras estão mantidas em Pernambuco" - HEUDES REGIS/SEI

Por isso, acredita-se que o governo amplie a quantidade de pessoas permitidas em eventos culturais, o que já tinha sido feito logo após a passagem do Carnaval 2022, proibido em todo o Estado.

O último decreto estadual tem abrangência entre os dias 2 e 15 de março. O documento aumentou a capacidade máxima em eventos no Estado de 500 pessoas para três mil pessoas em locais abertos - ou 70% da capacidade -, e de 300 para 1,5 mil pessoas ou 70% da capacidade em locais fechados.

Também seguiu com a obrigatoriedade da apresentação do passaporte vacinal e de teste negativo nos eventos a partir de 500 pessoas. No caso de eventos corporativos e presença de torcidas nos estádios, o limite é de até três mil pessoas ou 70% da capacidade.

As competições esportivas em geral podem ocorrer com público de 1,5 mil pessoas em ambientes fechados e três mil em locais abertos, ou 70% da capacidade, o que for menor. As exigências de comprovação de vacina e teste negativo são as mesmas dos eventos sociais.

Nos serviços de alimentação, a capacidade máxima é de 80% e é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação. Os cinemas, teatros, circos e museus podem receber até 1,5 mil pessoas ou 70% da capacidade. Nesse caso, além do passaporte vacinal, a partir de 500 pessoas os ingressos devem ser destinados apenas a quem apresentar teste negativo.

LIBERAÇÃO DAS MÁSCARAS

Pernambuco, pelo menos por enquanto, caminha no sentido oposto à decisão de cidades como Rio de Janeiro e dos estados de São Paulo e Rio Grande do Norte, que deixaram de exigir o uso de máscaras, inclusive em ambientes fechados - como é o caso do Rio.

Em entrevista ao JC, o secretário André Longo garantiu que as máscaras continuarão sendo exigidas até mesmo em ambientes abertos. Apesar da melhora de todos os indicadores da pandemia de covid-19 em Pernambuco - com queda no número de casos graves, internações e óbitos -, na visão das autoridades locais, o momento ainda é para se continuar com o incentivo do uso da máscara por todos.

A atitude do governo de Pernambuco, inclusive, está em sintonia com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que considera precoce e intempestiva a medida anunciada pela Prefeitura do Rio de Janeiro de suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados.

"O Brasil e o mundo ainda se encontram em uma situação de pandemia, com imensas desigualdades no acesso a vacinas dentro e fora do País. Além disso, ainda não temos a real magnitude do incremento de casos provocados pelas aglomerações do feriado de Carnaval, o que exige prudência e precaução até que possamos ter uma avaliação mais sólida da situação da pandemia no município do Rio de Janeiro, bem como na região metropolitana", esclareceu, em nota, a Abrasco.

NORBERTO DUARTE / AFP
O último decreto estadual tem abrangência entre os dias 2 e 15 de março - NORBERTO DUARTE / AFP

DOIS ANOS DE COVID-19

Em 12 de março de 2020, um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado a pandemia do novo coronavírus, Pernambuco confirmou seus dois primeiros casos de covid-19. De lá até aqui, muitos foram os momentos vivenciados, protagonizados pelo sobe e desce das curvas de casos e óbitos.

Essa oscilação, impulsionada pelas variantes em todo o mundo, deu fôlego a um vírus que seguiu uma rota para adquirir maior poder de transmissão e escapar da imunidade. Felizmente, nos últimos meses, o controle das ondas de casos e óbitos tem ocorrido graças ao poder das vacinas, que nos mostram o quanto têm sido eficazes na queda da mortalidade pela doença.

Hoje, dois anos depois, Pernambuco acumula 861.859 registros de pessoas que foram infectadas pelo coronavírus. Desse total, 21.195 não resistiram às complicações decorrentes da infecção e foram a óbito. E em mais de um ano de campanha de imunização (foi iniciada em 18 de janeiro de 2021 no Estado), foram 7.985.119 doses aplicadas (cobertura de 90%). Do total, 6.809.887 pernambucanos (77%) completaram seus esquemas vacinais e somente 2.600.512 tomaram a dose de reforço (39,3%).

O desafio atual é identificar esses bolsões de não vacinados (pessoas não imunizadas totalmente e que estão susceptíveis à doença) e levar as doses até esses locais. Isso precisa ser feito porque quanto maior o número de pessoas não vacinadas, mais chances o coronavírus tem de se multiplicar e sofrer mutação.

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