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"Não podemos ter mais riscos como o que sofremos ontem", diz Paulo Câmara sobre queda de teto no HR

Governador de Pernambuco também deu garantia de que estão autorizados todos os recursos necessários para qualquer tipo de intervenção necessária para a Saúde

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Cinthya Leite

Publicado em 03/05/2022 às 16:45 | Atualizado em 03/05/2022 às 20:18
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Na tarde desta terça-feira (3), após a solenidade de posse dos novos secretários de Cultura e Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Oscar Barreto e Edilázio Wanderley, respectivamente, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, conversou com a imprensa e logo foi questionado sobre o cenário de precariedade do Hospital da Restauração (HR), cujo forro de teto da unidade de trauma desabou na segunda-feira (2).  

"Já estão autorizadas intervenções necessárias nas unidades de saúde, inclusive todas as questões financeiras estão devidamente equacionadas", frisou Paulo Câmara, após mais de 24 horas do vazamento de tubulação de água e queda de forro do teto no HR. O governador não informou como os recursos necessários para restauro do HR serão utilizados, nem mesmo o montante que será destinado para esse trabalho. 

"Desde ontem (2), tenho mantido contato com a Secretaria (Estadual de Saúde) para verificarmos exatamente se há outros pontos de fragilidade, a fim de que sejam corrigidos. A gente não pode ter mais riscos como o que sofremos no dia de ontem, com ação que não teve vitimas nem maiores prejuízos, mas efetivamente isso não pode ocorrer numa unidade de saúde", destacou Paulo, que assegurou estar vigilante ao trabalho que precisa ser feito na Saúde. 

"Sabemos das dificuldades, de todo o represamento que a pandemia trouxe em relação à saúde básica das pessoas. Mas a gente tem que cuidar da parte estrutural e da assistência à população. Então, vamos redobrar cada vez mais os cuidados com as nossas unidades de saúde e, ao mesmo tempo, já dar a garantia de todos os recursos necessários para qualquer tipo de intervenção necessária para a Saúde, que será autorizada", acrescentou o governador.  

Mais de 70 pacientes nos corredores do Hospital da Restauração

Com a pandemia, a precariedade sustentada pelo HR exprime consequência de uma das mais graves crises da saúde. Os principais sintomas dessa decadência estrutural são experimentados pelos pacientes, que se afligem sem ter um espaço adequado e um leito digno para ter a saúde restabelecida.

"Temos pacientes nos corredores. São 50 na emergência clínica. Deveríamos ter nenhum, mas infelizmente nós temos. E acreditem: muitos não querem ir para um hospital de convênio (particular) porque dizem que aqui (no HR) estão com melhores médicos e condições. É um paradoxo, mas é fato", disse, em entrevista à Rádio Jornal, o diretor do hospital, Miguel Arcanjo, nesta terça-feira (3). Ele acrescentou que a unidade de trauma está acima da capacidade instalada. "Temos 26 doentes no corredor. É fato, público e notório; não há o que esconder sobre isso." 

É um cenário grave e inaceitável. Reconhecemos o empenho dos profissionais do HR de não deixar os pacientes sem atendimento. Sabemos o quanto cada um deles se dedica para encarar rotinas exaustivas, com o foco em dar tudo de si para cuidar dos pacientes e salvar vidas. Mas esses profissionais também precisam estar protegidos, pois estão na vanguarda da assistência a pessoas internadas e fragilizadas por graves problemas de saúde.

O compromisso do HR é com a saúde da população. A luta de ontem, hoje e sempre da maior emergência pública do Norte e Nordeste do Brasil é para salvar vidas. Para o HR seguir com essa missão, o Estado de Pernambuco precisa assumir a responsabilidade e coordenar medidas firmes para promover a humanização na assistência e resgatar o respeito e a dignidade dos pacientes

"A emergência clínica passou por uma superlotação notória, com pacientes nos corredores, o que não era habitual. Há 45 dias, foram abertos 50 leitos de retaguarda. Tínhamos 100 pacientes nos corredores da emergência clínica. Nós conseguimos desafogar. Hoje temos 50 pacientes nos corredores", informou Miguel Arcanjo. 

 
 
 
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O diretor do HR destacou que há uma proposta do governo do Estado, através da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES), de transformar o antigo Hospital Alfa (atualmente Hospital de Referência à Covid-19 Unidade Boa Viagem) em retaguarda para a neurologia e neurocirurgia. "Há a proposta de abertura de 100 leitos a curto prazo, já que o Alfa está sendo reativado para outra finalidade, que é essa da neurologia e neurocirurgia do Estado de PE. Com isso, teremos a diminuição de pelo menos 60 a 70 pacientes na unidade de trama, que são doentes neurocirúrgicos que estão aguardando cirurgia."

Questionado sobre rumores de que teria ocorrido óbito no Hospital da Restauração, como consequência da queda do forro do teto, Miguel Arcanjo garante que não houve mortes. "Eu estava todo o tempo lá (na segunda-feira, dia 2, após o ocorrido), transportei pacientes. Não aconteceu isso (mortes). Foram quatro óbitos por causas naturais e dois por causas violentas", assegurou. 

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