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CAOS NO HR: "Assistência é precária, e baratas circulam perto dos pacientes", desabafa funcionário sobre cenas de terror no hospital

"O SUS não é isso", diz funcionário do Hospital da Restauração sobre o cenário de descaso na unidade de saúde

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 02/05/2022 às 21:45 | Atualizado em 03/05/2022 às 14:16
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Flagrante de pacientes pelos corredores do HR - FOTO: REPRODUÇÃO
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Nesta segunda-feira (2), após a queda de parte do teto do setor de trauma (emergência) do Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central do Recife, um funcionário da unidade de saúde conversou com a reportagem da TV Jornal sobre o cenário de descaso.

 

Ele prefere ter a identidade preservada e contou que parte do teto já havia desabado há bastante tempo, com toda a fiação elétrica exposta, água caindo sobre os fios e fumaça. "Tudo isso coloca em risco os profissionais e os pacientes, que são transportados pelos corredores. Vemos baratas circulando nas proximidades dos pacientes, que estão recebendo assistência precária", diz.

O funcionário acrescenta que as pessoas internadas na unidade estão fora do setor onde deveriam estar porque não há vagas. "E apesar disso, o hospital continua recebendo (pacientes), sabendo que não tem mais condições (de atender) a partir de um número 'x' de pacientes, de prestar assistência digna."

Outro detalhe que chama a atenção do funcionário é o fato de os pacientes ficarem espalhados, em locais longe dos profissionais de saúde. "Há paciente para todos os lados. Quando não dá para eles ficarem no salão, ficam sendo distribuídos pelos corredores e muito longe do local de assistência. Vemos com muita frequência pacientes perdendo vida sem terem a chance de ter o tratamento certo."

O trabalhador do HR ainda vê, neste cenário de caos, profissionais adoecendo, que não querem mais tirar plantão em determinadas áreas do hospital. "Já perdi as contas das vezes em que eu me retirei do setor para chorar, tendo que assistir a tudo isso quase que todos os dias. E no quesito segurança, vários funcionários têm feito queixa. Eles deixam as coisas (os pertences) no repouso e, quando voltam, não tem nada. A bolsa foi levada, o celular foi levado, o sapato de trabalho foi levado. Tudo é completamente inseguro. O SUS não é isso", complementa.

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