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ZIKA DE VOLTA: Pernambuco confirma primeiro caso da doença em 2022

Doença está relacionada à microcefalia e à síndrome congênita associada à infecção pelo zika na gestação

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 01/06/2022 às 18:15 | Atualizado em 01/06/2022 às 18:30
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Pernambuco confirma, nesta quarta-feira (1º), o primeiro caso de zika em 2022, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Trata-se de uma mulher, de 20 anos, que mora em Timbaúba, município da Zona da Mata Norte do Estado, e que não está grávida. 

A zika é a arbovirose que está relacionada à síndrome congênita associada à infecção pelo zika vírus na gestação. Essa condição pode causar microcefalia, problemas de visão, audição e alterações neuropsicomotoras em bebês expostos à infecção pelo vírus durante a gravidez. Os primeiros casos de microcefalia decorrente da zika foram registrados, em 2015, em Pernambuco. 

Neste ano, em Pernambuco, já foram notificados 25.531 casos suspeitos de dengue, 15.996 de chicungunha e 1.222 de zika. Do total de casos registrados, 530 eram mulheres gestantes com suspeitas de arboviroses. Dessas, 271 realizaram coleta para análise laboratorial: 37 tiveram confirmação para dengue, 92 para chicungunha e 124 obtiveram resultado negativo para zika.

Em relação ao número de casos prováveis (notificados excluindo os casos descartados), quando comparado com o mesmo período do ano anterior, observou-se um aumento de 62% nos casos de dengue, de 66,2% nos casos de chicungunha e 406,8% nos casos de zika.

A zika é uma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e tem como principais sintomas febre baixa, erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele), dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, mal-estar geral e conjuntivite. São manifestações que aparecem entre dois e sete dias após a picada do mosquito.

De acordo com a SES, foram confirmados 16 casos de zika no ano passado, em Pernambuco, além de 20 casos em 2020. 

Em cada quatro pessoas infectadas pelo zika vírus, uma pode desenvolver sintomas. O quadro clínico é muitas vezes semelhante ao da dengue, que também é transmitida pelo Aedes. 

A principal forma de transmissão da zika é através da picada pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, mas a transmissão também pode ocorrer através de relação sexual com pessoas infectadas ou por transfusão sanguínea, que apresenta baixo risco devido à triagem de doadores e testes hematológicos.

A síndrome congênita associada à infecção pelo zika foi descoberta em outubro de 2015, devido à alteração do padrão de ocorrência de microcefalia em recém-nascidos em Pernambuco. Na época, o evento foi considerado uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e posteriormente Internacional (ESPII). 

De outubro de 2015 até o ano passado, Pernambuco notificou 3.003 casos suspeitos da síndrome congênita do zika. Desse total, 470 (15,7%) foram confirmados, 2.300 descartados (76,6%), 46 casos (1,5%) estão em investigação e outros 187 foram inconclusivos (6,2%). 

Em 2021, segundo a SES, foram notificados 73 casos suspeitos de síndrome congênita do zika, dos quais 30 (41,1%) permanecem em investigação, 37 (50,7%) foram descartados e cinco (6,8%) inconclusivos. Além disso, foi confirmado um caso (1,4%) em 2021, mas o nascimento ocorreu em 2015.

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