Em Pernambuco, os alunos das escolas públicas e particulares retomarão as aulas, na próxima semana, após as férias de julho, e devem manter o uso de máscaras contra a covid-19. Com isso, os alunos precisam continuar com o comportamento de utilização do item de proteção em salas de aula e demais ambientes fechados nas unidades de ensino.
"Não há condições de os alunos voltarem das férias sem usar as máscaras. Só agora estamos começando a equilibrar mais aquela demanda toda de doenças respiratórias que vivemos, e ainda há muita procura (pela assistência à saúde)", diz a infectopediatra Alexsandra Costa, presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe).
O depoimento da médica lembra o impacto das infecções respiratórias na população pediátrica, no primeiro semestre deste ano (com pico em maio, quando o Estado chegou a ultrapassar 100 crianças em fila por leitos nos hospitais públicos). "E com o retorno às aulas, há normalmente uma exposição aos agentes infecciosos (vírus e bactérias). Em toda volta à escola, a gente sabe que existe um aumento no número de processos infecciosos, sejam virais ou bacterianos. Então, é esperado (incremento de doenças respiratórias) sempre, tanto no primeiro como no segundo semestre do ano", destaca Alexsandra.
Baixa cobertura vacinal
Além desse cenário, há outra variante que evidencia por que a suspensão da máscara, em sala de aula, ainda deve esperar. Tirar esse item de proteção agora pode trazer um impacto negativo, segundo Alexsandra, porque a cobertura vacinal contra covid-19 (e outras doenças) está baixa na infância. "Então, neste momento de retorno das férias de julho, não seria ideal retirar as máscaras. Podemos reavaliar essa medida um mês após a volta às escolas."
A população estimada, em Pernambuco, de 4 a 11 anos, é de 1.336.799 crianças. Desse total, apenas pouco mais da metade tomou pelo menos uma dose contra a covid-19: 712.620, o que equivale a uma cobertura de 53,3%. Além disso, somente 432.769 receberam a segunda aplicação (32,3% de cobertura).
Entre os adolescentes (12 a 17 anos), a cobertura da primeira dose contra covid-19 está em 75,7% (823.651 iniciaram o esquema vacinal) no Estado. Já 667.965 receberam a segunda aplicação: 61,4%. Essa faixa etária também já está apta a tomar o primeiro reforço (ou terceira dose), mas apenas 125.937 receberam a aplicação, o que corresponde a 11,58% da população de 12 a 17 anos, formada por 1.087.269 pessoas.
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