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Ministério da Saúde confirma primeira morte por varíola dos macacos no Brasil

No Brasil, até agora, já são 1.066 casos confirmados da varíola dos macacos

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 29/07/2022 às 11:10 | Atualizado em 29/07/2022 às 20:06
Arun SANKAR / AFP
Técnicos com equipamentos de proteção em laboratório utilizado para testes de varíola dos macacos - FOTO: Arun SANKAR / AFP
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O Ministério da Saúde confirma, nesta sexta-feira (29), a primeira morte por varíola dos macacos no Brasil. A vítima, do sexo masculino, era de Uberlândia, em Minas Gerais. Ele tinha 41 anos, imunidade baixa e comorbidades, incluindo câncer (linfoma), que o levaram ao agravamento do quadro.

"Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte, sendo depois direcionado ao CTI (centro de terapia intensiva). A causa de óbito foi choque séptico, agravada pelo monkeypox", informou, em nota, o Ministério da Saúde. 

No País, até agora, já são 1.066 casos confirmados da doença. A maioria dos registros é de São Paulo e do Rio de Janeiro. 

Diante do aumento de casos de varíola dos macacos no Brasil, o ministério criou o Centro de Operação de Emergências (COE), que começa a funcionar nesta sexta-feira (29). O objetivo da iniciativa é acompanhar a situação epidemiológica e elaborar um plano de vacinação contra a doença no País.

Em Pernambuco, foram notificados 19 casos: sete confirmados, um descartado e 11 ainda em investigação.

Os sete pacientes que tiveram confirmação laboratorial para o vírus em Pernambuco são de pessoas residentes nos municípios do Recife (3) e de Jaboatão dos Guararapes (2), além de dois casos de outros Estados, Rio de Janeiro (1) e São Paulo (1). As faixas etárias são: 20 a 29 (3), 30 a 39 (1) e 40 a 49 (3). Todos são do sexo masculino.

Já os 11 casos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios do Recife (6), Paulista (2), Petrolina (1), Abreu e Lima (1) e Timbaúba (1). As faixas etárias são: 20 a 29 (7), 30 a 39 (3) e 40 a 49 (1), sendo 9 do sexo masculino e 2 do sexo feminino.

"Mesmo com as confirmações, até o momento, não há evidências de que Pernambuco registre a transmissão local de monkeypox", diz, em nota, a SES. Nenhum dos pacientes está internado. Todos estão em isolamento domiciliar, sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais. "As amostras coletadas estão sendo encaminhadas para o Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, referência para o diagnóstico da Monkeypox, e para o Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE)", acrescenta. 

OMS: surto de monkeypox vira emergência de saúde pública de importância internacional

Com mais de 16 mil casos notificados em 75 países desde o início de maio deste ano, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, no último dia 23 de julho, que o atual surto de monkeypox (varíola dos macacos) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

"Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, por meio de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"A avaliação da OMS é que o risco de varíola dos macacos é moderado em todas as regiões do mundo, a exceção da Europeia, onde avaliamos o risco como alto", informou o diretor-geral. Ele acrescentou que "há também um risco claro de maior disseminação internacional, embora o risco de interferência no tráfego internacional permaneça baixo no momento". 

Como se proteger da varíola dos macacos? 

  • Uma vacina já foi aprovada, mas ainda não se encontra amplamente disponível. A expectativa é que chegue em breve e beneficie principalmente as equipes de saúde e as comunidades de maior risco.
  • Higiene frequente das mãos com álcool 70% ou com água e sabão, evitar contato próximo com pessoas que possam apresentar quadro clínico compatível, evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas.
  • Reduzir o número de parceiros sexuais nesse momento.
  • Toda pessoa que apresente quadro clínico suspeito deve manter isolamento e evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal até exclusão do diagnóstico ou completo desaparecimento das lesões.
  • Indivíduos que tiveram contato com pessoas infectadas devem permanecer em alerta e vigilância próxima, tanto para que tenham assistência, em caso de doença, quanto para evitar a onda de transmissão.
  • A epidemia atual não se correlaciona com a transmissão de animais para humanos. Assim sendo, não se justifica nenhum tipo de atitude e, muito menos, crueldade em relação aos animais, incluindo os macacos.

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