As Sociedades Brasileiras de Urologia (SBU) e Infectologia (SBI) divulgam, nesta sexta-feira (29), nota de alerta sobre a varíola dos macacos, doença causada pelo vírus monkeypox. O comunicado é assinado pelos presidentes da SBU e da SBI, Alfredo Felix Canalini e Alberto Chebabo, respectivamente.
No País, até agora, já são 1.066 casos confirmados da doença. A maioria dos registros é de São Paulo e do Rio de Janeiro.
"Diante do aumento exponencial de casos de monkeypox no Brasil, e sendo a região anogenital (ânus e órgãos genitais) uma das mais atingidas com os sinais da doença, a Sociedade Brasileira de Urologia e a Sociedade Brasileira de Infectologia vêm a público alertar a população, a classe médica e os demais agentes de saúde sobre as medidas importantes que devem ser adotadas ao se diagnosticar lesões cutâneas, especialmente vesículas, pústulas e crostas na região anogenital, ainda mais quando antecedidas ou acompanhadas por febre, gânglios aumentados e dolorosos (ínguas) e lesões em outras partes do corpo."
Varíola dos macacos: confira o alerta das entidades médicas em sete tópicos
- Como o quadro clínico pode se assemelhar ao de outras doenças, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e outras condições e dermatoses, é bem provável que a doença seja subdiagnosticada e, portanto, subnotificada. Por isso, com o crescimento da epidemia, é importante levar em consideração as lesões da monkeypox, mantendo um elevado índice de suspeição;
- Por se tratar de doença de notificação compulsória, a SBU e a SBI recomendam que, diante de suspeita, que se acione a Vigilância Epidemiológica de cada região para orientações quanto à coleta de amostra e análise laboratorial, e, sempre que possível, seja feito um registro fotográfico das lesões;
- O paciente deve ser tratado com base no seu quadro clínico e deve ser colocado em isolamento ou observação e aconselhado a evitar contato com outras pessoas enquanto tiver lesões de pele, incluindo as com crostas, pois também são infectantes;
- Segundo a OMS, até o momento, os homens que fazem sexo com homens (HSH), especialmente os que têm múltiplos parceiros, estão entre as pessoas com maior risco;
- Em caso de qualquer sinal ou sintoma, o aconselhamento é evitar contatos próximos com outras pessoas e procurar um serviço de atendimento médico;
- A SBU e a SBI são solidárias às pessoas acometidas pela doença e não apoiam qualquer tipo de discriminação;
- A SBU e a SBI conclamam a sociedade civil para que se engaje fortemente para o bloqueio da disseminação de monkeypox e roga às autoridades de saúde que capacitem imediatamente os serviços de atendimento para esses casos e também para que oportunizem o breve acesso à vacinação, especialmente aos indivíduos de maior risco.
Como se proteger da varíola dos macacos?
- Uma vacina já foi aprovada, mas ainda não se encontra amplamente disponível. A expectativa é que chegue em breve e beneficie principalmente as equipes de saúde e as comunidades de maior risco.
- Higiene frequente das mãos com álcool 70% ou com água e sabão, evitar contato próximo com pessoas que possam apresentar quadro clínico compatível, evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas.
- Reduzir o número de parceiros sexuais nesse momento.
- Toda pessoa que apresente quadro clínico suspeito deve manter isolamento e evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal até exclusão do diagnóstico ou completo desaparecimento das lesões.
- Indivíduos que tiveram contato com pessoas infectadas devem permanecer em alerta e vigilância próxima, tanto para que tenham assistência, em caso de doença, quanto para evitar a onda de transmissão.
- A epidemia atual não se correlaciona com a transmissão de animais para humanos. Assim sendo, não se justifica nenhum tipo de atitude e, muito menos, crueldade em relação aos animais, incluindo os macacos.
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