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Mãe relata peregrinação e sofrimento até conseguir atendimento em hospital para salvar a vida do filho de 11 meses

"Eu andava de hospital em hospital", diz mãe de bebê que teve problema grave no intestino

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Cinthya Leite

Publicado em 22/08/2022 às 5:07 | Atualizado em 22/08/2022 às 10:39
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A situação vivida por Jaqueline da Silva Melo, 33 anos, moradora do Cabo de Santo Agostinho, município do Grande Recife, retrata bem a dificuldade que boa parte da população encontra para receber uma assistência de qualidade.

Desempregada, ela tem um bebê de 11 meses que ficou internado no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife.

Ela conta que, há pouco mais de um mês, ele teve um problema intestinal e precisou fazer uma cirurgia. Após o procedimento, ela descobriu que tiraram o apêndice do filho

"Eu andava de hospital em hospital. Levei ele pro infantil, no Cabo de Santo Agostinho. Chegou lá, a médica disse que ele só tinha cólica e mandou pra casa. Passei a segunda e a terça em casa com ele. Quando foi na quarta, retornei ao hospital do Cabo. Deram remédio a ele e fui pra casa novamente. E na sexta, voltei de novo, e ele chorava muito. A médica disse que algo a mais que estava prejudicando ele", relembra Jaqueline.

Segundo a mãe, a profissional chegou a perguntar se ela teria condições de levar o bebê para fazer um ultrassom.

"Eu disse que não tinha, pois um ultrassom abdominal é R$ 160. Ela disse que, se eu fosse pra casa, era arriscado ele morrer. Transferiram pro HR. Fez a cirurgia no sábado e, na segunda, deram alta." O bebê de Jaqueline foi diagnosticado com invaginação intestinal - uma emergência médica que envolve a obstrução do intestino e que, se não tratada, pode ser fatal. Entre os sintomas, choro alto e repentino recorrente a cada 15 a 20 minutos, vômitos e fezes misturadas com sangue e muco.

Ainda de acordo com Jaqueline, mesmo após esse procedimento cirúrgico, o filho não melhorou.

"Da terça para quarta, piorou porque infeccionou a cirurgia dele. Mandaram pro HR de novo. Se eu não trouxesse levasse ele (filho), ele vinha a óbito. Ele sofreu demais, um bebê de 11 meses. Ficou sete dias lá, tomando antibiótico. E quando teve alta, continuou com o remédio em casa por mais sete dias. Graças a Deus, depois de passar por tudo isso, ele está bem", recorda Jaqueline, que também tem duas filhas pequenas, e o marido está desempregado. "Estou passando por uma situação difícil." 

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