A nova atualização dos casos confirmados de varíola dos macacos divulgada, na quinta-feira (1º), pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES), aponta que o Estado já tem transmissão comunitária (situação em que não é mais possível identificar a origem da infecção) da monkeypox, como também é chamada a doença.
O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde de Pernambuco (Cievs-PE) contabiliza, até o momento, 502 notificações, sendo 351 casos que ainda estão em investigação, 42 confirmados e 109 casos descartados.
Dos 42 casos confirmados, dois são pacientes idosos.
Veja o que diz a Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre os dois casos de varíola dos macacos em pessoas idosas em Pernambuco:
- Uma mulher e um homem
- Idade: entre 60 e 69 anos
- Onde moram: Paulista e Recife
Um artigo publicado no período científico Elsevier Public Health Emergency Collection mostra que a epidemia atual de varíola dos macacos pode oferecer maior ameaça a pacientes idosos com comorbidades (doenças crônicas).
Como acontece com as doenças virais, a maioria dos casos de varíola dos macacos evolui bem em poucas semanas (de duas a quatro semanas aproximadamente).
Mas já se sabe que estão em maior risco de apresentar complicações decorrentes da monkeypox: as pessoas com comprometimento no sistema imune, como idosos e pessoas com doenças crônicas.
VARÍOLA DOS MACACOS: o que é a transmissão comunitária e como se prevenir?
"A transmissão comunitária da doença acontece quando não é mais possível identificar a origem da infecção. Esse estágio já era esperado, visto que diversos Estados do País já confirmaram a circulação sustentada e a disseminação autóctone do vírus", diz a secretária-executiva de Vigilância em Saúde, Patrícia Ismael.
Segundo explica Patrícia Ismael, do ponto de vista da vigilância epidemiológica, permanecem todas as ações de monitoramento e acompanhamento dos casos, assim como a obrigatoriedade da notificação compulsória pelos serviços de saúde.
Ela acrescenta que o Estado já possui o Plano de Resposta de Saúde Pública aos casos de Monkeypox em Pernambuco, com o objetivo de minimizar o impacto provocado pela introdução do vírus no território estadual. "Também continuamos instrumentalizando os gestores municipais, a fim de garantir uma resposta adequada à doença."
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Entre os casos notificados de varíola dos macacos em Pernambuco, 42 pacientes tiveram confirmação laboratorial para monkeypox e envolvem pessoas residentes nos municípios de Recife (27), Jaboatão dos Guararapes (4), Paulista (2), Olinda (2), Caruaru (2), Petrolina (1), Camaragibe (1), Surubim (1), São José do Egito (1) e Condado (1).
Sobre as faixas etárias dos casos confirmados de varíola dos macacos: 20 a 29 (18), 30 a 39 (14) e 40 a 49 (8), 60 e mais (2). Entre eles, 36 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Dos casos confirmados, todos estão em isolamento domiciliar.
E os 351 casos de varíola dos macacos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios de Recife (53), Olinda (44), Jaboatão dos Guararapes (42), Paulista (25), Abreu e Lima (13), Caruaru (10), Petrolina (11), Belo Jardim (9), Cabo de Santo Agostinho (9), Carpina (9), Camaragibe (7), Paudalho (7), Garanhuns (6), Limoeiro (5), Tuparetama (5), Buíque (4), Ferreiros (4), Pesqueira (4), Araripina (3), Floresta (3), Jatobá (3), Ouricuri (3), São José do Egito (3), São Lourenço da Mata (3), Araçoiaba (3), Bom Jardim (2), Brejo da Madre de Deus (2), Cabrobó (2), Igarassu (2), Ipojuca (2), Itaquitinga (2), Lagoa Grande (2), Machados (2), Nazaré da Mata (2), Palmares (2), Pedra (2), São Caitano (2), Tabira (2), Tacaimbó (2), Afogados da Ingazeira (1), Alagoinha (1), Altinho (1), Arcoverde (1), Barreiros (1), Belém do São Francisco (1), Bezerros (1), Brejinho (1), Camocim de São Félix (1), Casinhas (1), Catende (1), Condado (1), Custódia (1), Fernando de Noronha (1), Gameleira (1), Granito (1), Gravatá (1), Ilha de Itamaracá (1), Ipubi (1), Jaqueira (1), Jucati (1), Lajedo (1), Pombos (1), Rio Formoso (1), Sairé (1), Salgueiro (1), Santa Maria do Cambucá (1), São João (1), São Joaquim do Monte (1), São Vicente Ferrer (1), Serra Talhada (1), Timbaúba (1), Toritama (1), Vertente do Lério (1) e Vertentes (1).
As faixas etárias dos casos em investigação de varíola dos macacos são: 0 a 9 (52), 10 a 19 (58), 20 a 29 (79), 30 a 39 (60), 40 a 49 (51) e 50 a 59 (30) e 60 e mais (19), sendo 198 do sexo masculino e 151 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.
Varíola do macaco: quais os cuidados são necessários?
"Apesar de a maioria dos casos se manifestarem de forma leve, reforçamos a necessidade da população ficar mais atenta com relação aos sintomas, como as lesões na pele. Como ainda não há vacina para a doença, é importante que se mantenham alguns cuidados", orienta Patrícia Ismael.
"Caso ocorra o aparecimento de lesões, é preciso procurar um serviço de saúde na sua cidade, manter o isolamento e seguir todas as recomendações médicas, a fim de evitar a transmissão e propagação do vírus", complementa a secretária-executiva.
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