NOVA VARIANTE DO CORONAVÍRUS

NOVA ONDA DE COVID: tudo sobre a KRAKEN - ou variante XBB.1.5; MUITO TRANSMISSÍVEL e se espalha nos Estados Unidos

Nova variante do coronavírus ganhou o apelido de Kraken: monstro marinho da mitologia escandinava

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 05/01/2023 às 18:19 | Atualizado em 05/01/2023 às 18:32
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
A XBB.1.5 é uma versão da XBB, uma variante recombinante da ômicron já conhecida - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Do Estadão Conteúdo 

A nova subvariante da ômicron, a XBB.1.5, está se expandindo pelos Estados Unidos e já representa cerca de 40% dos casos de covid-19 no país, em comparação com 20% na última semana. 

Em regiões como Nova Iorque, já é responsável por 75% das infecções.

Os Centros de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) alertam que a subvariante "pode ser mais transmissível do que outras variantes", mas ainda não sabem se ela tem efeitos "mais graves". 

Especialistas americanos apontam também que a XBB.1.5 pode ser mais difícil de neutralizar por anticorpos.

KRAKEN: A NOVA SUBVARIANTE DA ÔMICRON

Com todas essas características, ela ganhou o apelido de Kraken (monstro marinho da mitologia escandinava)

Os hospitais dos Estados têm registrado um aumento nas internações de covid-19 no último mês no país, embora a área noroeste, que tem altos números para essa subvariante, não tenha visto elevação desproporcional nas internações em comparação com outras regiões.

XBB 1.5 COVID

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu, na quarta-feira, 4, sobre o aumento de casos da XBB.1.5 na Europa e nos Estados Unidos.

"A XBB.1.5, uma recombinação das sublinhagens BA.2, está aumentando na Europa e nos Estados Unidos, foi identificada em mais de 25 países, e a OMS está monitorando de perto", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Professor da Universidade Feevale, o virologista Fernando Spilki disse, ao Estadão, que a variante "mãe" da XBB.1.5, a XBB, surgiu muito provavelmente na Ásia, onde causou recrudescimento de casos no outono.

Ela tem, diz ele, uma mutação que proporciona maior escape imune tanto da vacina quanto de infecções anteriores.

Flávio Guimarães da Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) e professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conta que a XBB, no entanto, era "menos infecciosa", pois havia perdido um pouco da capacidade de se ligar às células.

KRAKEN COVID

"A XBB.1.5 (ou Kraken) é uma correção desse defeito, porque ela sofreu mutação em um outro ponto que voltou a deixar esse vírus capaz de infectar com muita eficiência as células durante uma infecção", diz Flávio.

Segundo Fernando Spilki, a expansão dos casos nos Estados Unidos tem também um componente social, com festas de fim de ano e o comportamento no inverno (de as pessoas se reunirem em locais fechados).

"Vamos avaliar o risco da subvariante e agir em conformidade", comentou Tedros Adhanom, da OMS.

Ele também alertou que, nas últimas semanas, houve aumento das internações e da pressão hospitalar no Hemisfério Norte, não apenas por causa da covid-19, mas também por outras doenças respiratórias, incluindo a gripe.

O aumento de casos, no entanto, é significativamente menor do que há um ano, no início do avanço da ômicron "original", quando quase 25 milhões de diagnósticos positivos semanais foram registrados globalmente, sete vezes mais do que os níveis atuais (embora agora menos testes estão sendo realizados devido à predominância de casos leves).

COVID NA CHINA

O surgimento da Kraken (ou da XBB.1.5) coincide com o relaxamento da política de "covid zero" na China, o que tem feito a quantidade de infecções explodir no país asiático.

A escalada de casos é explicada pelo baixo contato prévio dos chineses com a doença, as lacunas na cobertura das doses de reforço e ainda a não aplicação de vacinas de outras tecnologias, como a de RNA, presente nos produtos das farmacêuticas Pfizer e Moderna. 

Especialistas afirmam, porém, que há grande subnotificação de casos na China, o que dificulta saber com clareza o ritmo de avanço da doença.

As autoridades chinesas declaram que as cepas BA.5.2 e BF.7 são as variantes dominantes na China e representam mais de 80% dos casos na gigante asiática.

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