PISO SALARIAL ENFERMAGEM: SAMU contrata bombeiros sem registro para substituir grevistas no Grande Recife; denuncia Sindicato
Sindicato denuncia Samu Recife por contratar bombeiros sem registro do Conselho Regional de Enfermagem para substituir profissionais que estão realizando greve pelo piso salarial enfermagem
O Samu Recife estaria contratando bombeiros civis sem experiência e sem registro no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE) para substituir grevistas do piso salarial enfermagem.
A greve em defesa do pagamento do piso salarial da enfermagem iniciou em Pernambuco no último dia 10, a qual reduziu a equipe de enfermeiros, técnicos e auxiliares em diversas instituições.
Segundo o Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Saten-PE), os bombeiros estariam atuando no lugar dos profissionais treinados que participam legalmente da greve do piso da enfermagem.
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DENÚNCIA DO SAMU RECIFE DURANTE PARALISAÇÃO DO PISO SALARIAL ENFERMAGEM:
De acordo com o presidente do Saten-PE, Francis Herbert, ao Jornal do Commercio, o Sindicato já ofertou denúncia ao Coren-PE e ao Ministério Público sobre a não qualificação dos profissionais contratados.
"Recebemos as denúncias dos nossos profissionais que lá atuam, houve divulgação também nas redes sociais por parte do Samu, chamando esses bombeiros civis, convocando-os para fazer a inscrição", afirma o presidente.
O representante reverberou que o Samu Recife, como outros Samus, vêm apresentando precarização nas suas unidades, muitas funcionando com apenas metade da frota.
"A sociedade está sendo lesada, está sendo prejudicada. Neste sentido, a gente ressalta que estamos mantendo 50% do nosso coeficiente atuando [durante a greve do piso salarial da enfermagem]", garante.
Não tinha necessidade deles estarem contratando com atos anti-sindicais profissionais que não trazem segurança para sociedade e que não estão aparados em legislação nenhumaFrancis Herbert
Segundo o presidente dos Sindicato, esses bombeiros civis já estão atuando em unidades de base e descentralizadas do Samu Recife para desenvolver as atividades médico-hospitalares.
"[A contratação] vem de um contexto de uma prática antissindical e de radicalização por parte do Prefeito [João Campos], da Secretaria de Saúde e da coordenação do Samu", pontua o presidente.
O Saten-PE afirmou que deve tomar todas as providências jurídicas e éticas para salvaguarda dos profissionais que permanecem legalmente na greve pelo piso salarial da enfermagem.
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NOTA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO:
Em nota ao Jornal do Commercio, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) negou as acusações do Saten-PE. Confira o comunicado na íntegra:
A Secretaria de Saúde do Recife esclarece que a denúncia é improcedente.
Todos os técnicos de enfermagem (que também atuam como bombeiros civis e militares) convocados para reforçar os serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) na última terça-feira apresentaram registro no Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE).
A pasta reforça que não há qualquer desvio de função ou ilegalidade na medida emergencial, que já havia sido realizada anteriormente por ocasião da Pandemia de covid-19, por exemplo.
Durante a greve dos técnicos e auxiliares de enfermagem, iniciada na última sexta-feira (10), os atendimentos do Samu 192 foram fortemente impactados, chegando a desativação de mais de 50% das viaturas e aumento no tempo de espera da população do Recife pelas ambulâncias.
A Prefeitura do Recife ressalta ainda que mantém constante diálogo com todas as categorias de servidores municipais e, para preservar a assistência à saúde dos recifenses e pensando em evitar prejuízos irreparáveis à sociedade, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) ingressou com ações contra as greves.
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GREVE DO PISO DA ENFERMAGEM: SERVIÇOS PARALISADOS OU REDUZIDOS EM PERNAMBUCO:
Segundo o Saten-PE, a greve em defesa do piso salarial da enfermagem em Pernambuco está paralisando ou reduzindo os seguintes serviços:
Profissionais de serviços de urgência, emergência, bloco cirúrgico, UTI, SRPA, e centros exclusivos de vacinação contra covid-19 atuam com 20% a menos da equipe em exercício.
Os serviços de média e alta complexidade (hospitais, policlínicas, maternidades e centros de parto normal) atendem apenas com 50% do profissionais.
Trabalhadores da atenção básica (PSF, UBT, PACS), serviços ambulatoriais e instituições que não funcionam 24h estão 100 % parados, em greve pelo piso salarial enfermagem.
Propostas para pagar o piso salarial da enfermagem:
Não tinha necessidade deles estarem contratando com atos anti-sindicais profissionais que não trazem segurança para sociedade e que não estão aparados em legislação nenhuma
Francis Herbert