CRISE DO SASSEPE: Veja PROPOSTA dos hospitais para evitar suspensão de eletivas para o Sassepe

Sassepe precisa dar conta de uma dívida imensa com a rede credenciada de hospitais e demais unidades de saúde para sobreviver
Cinthya Leite
Publicado em 15/03/2023 às 21:55
O Hospital dos Servidores do Estado (HSE) é o hospital âncora do Sassepe Foto: REPRODUÇÃO/INTERNET


Representantes do governo de Pernambuco reuniram-se, na tarde da quarta-feira (15), com o Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisa e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe), que representa a rede hospitalar privada e filantrópica. Na pauta do encontro, a crise do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe), que está à beira de um colapso generalizado

O Sassepe precisa dar conta de uma dívida imensa com a rede credenciada, de R$ 296 milhões, para sobreviver. A crise do plano de saúde levou a rede credenciada a anunciar, via Sindhospe, na última sexta-feira (10), paralisação de parte de procedimentos de hospitais para o Sassepe.

Se as negociações não avançarem, a suspensão das consultas e cirurgias eletivas começará no próximo dia 27

Na tentativa de evitar a parada das atividades, o Sindhospe apresentou uma proposta, durante a reunião, ao presidente do Instituto de Recursos Humanos do Estado de Pernambuco (IRH-PE), João Victor Falcão, e a demais representantes do governo que participaram da discussão sobre a insustentabilidade do caixa do Sassepe. 

SASSEPE E SINDHOSPE: PROPOSTAS PARA SALVAR PLANO DE SAÚDE DOS SERVIDORES

"Apresentamos uma proposta que vai contemplar as reinvindicações dos prestadores e associados. Acredito que vamos encontrar uma solução. Não queremos dar descontinuidade à assistência. Os servidores e usuários do Sassepe merecem atendimento. Mas, para isso, tem que ter aporte financeiro e pagamento da inadimplência, especialmente a do segundo semestre de 2022", disse o presidente do Sindhospe, George Trigueiro

O governo de Pernambuco informou que já foi feito um pagamento este ano, aos prestadores de serviço do Sassepe, no valor de aproximadamente R$ 80 milhões, referente a despesas de 2022. 

"Elaboramos uma programação, e já estamos analisando o que o Sindhospe nos apresentou. É uma proposta objetiva, que prioriza o pagamento de faturas menores. Na segunda-feira (20), vamos entregar um documento com base no que vamos considerar ser possível", explicou João Victor Falcão

O Sindhospe informa que aguarda essa contraproposta do IRH para debater, na tarde da segunda-feira (20), em nova assembleia geral extraordinária com a rede credenciada ao Sassepe, sobre a negociação e a reavaliação sobre a possível paralisação dos procedimentos eletivos que são realizados para o plano de saúde. 

HOSPITAIS VÃO DEIXAR DE ATENDER SASSEPE?

Se ficar decidida a paralisação, devem ser atingidos todos os procedimentos eletivos (os que não são considerados como caráter de urgência). Isso inclui atendimentos ambulatoriais, consultas médicas e cirurgias programadas.

Há unidades de saúde que estão há quase um ano sem receber pagamento e alegam não conseguir manter a estrutura empenhada para garantir os atendimentos. 

Dessa maneira, os pacientes/beneficiários do Sassepe vivem em peregrinação, na busca de atendimento de saúde. Tentam, por meses, agendar consultas e exames.

O Hospital dos Servidores do Estado (HSE), no Espinheiro, Zona Norte do Recife, é o âncora do Sassepe e, segundo representantes dos servidores, está abandonado.

QUEM TEM DIREITO A USAR O SASSEPE?

O Sassepe atende mais de 180 mil usuários (servidores do Estado) e mantém parcerias com várias unidades de saúde do Estado.

De acordo com o Sindhospe, extraoficialmente 10% dos associados (rede credenciada) deixaram de atender os usuários, número que deve aumentar a partir do fim de março, caso não seja feito acordo.  

SASSEPE IRH

O relatório apresentado pelo Instituto de Recursos Humanos (IRH) mostra que a receita média mensal do Sassepe é de cerca de R$ 50 milhões. Já a despesa chega a R$ 70 milhões, considerando os custos de R$ 54 milhões com a rede credenciada e R$ 16 milhões com a rede própria.

Dessa maneira, o diagnóstico aponta a necessidade de um incremento de R$ 20 milhões por mês (valor do déficit orçamentário), que corresponde a 41% da atual receita.

A presidente da Associação de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Assepe), Fiorentina Cabral, participou da reunião com o governo na quinta-feira (9) e disse que será feita uma avaliação mais detalhada das contas para se identificar quanto o Sassepe deve a cada um dos credenciados.

"Esta situação precisa ser resolvida o mais rápido possível. A solução é para ontem", diz Fiorentina.

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