INFLUENZA A

Gripe: Brasil tem interrupção no avanço da influenza A, diz Fiocruz

Análise, que tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe até 5 de julho, é referente à semana epidemiológica 26, período de 25 de junho a 1 de julho

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 12/07/2023 às 12:52 | Atualizado em 12/07/2023 às 13:01
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Embora a maioria dos Estados tenha sinal de estabilidade ou queda no agregado populacional, o pesquisador Marcelo Gomes alerta que o momento ainda exige cuidados - FOTO: FREEPIK/BANCO DE IMAGENS

Divulgado nesta quarta-feira (12/7), o Boletim InfoGripe mostra predomínio da manutenção de queda nos casos positivos para coronavírus, na população adulta, na maioria dos Estados.

O balanço também traz indícios de interrupção no aumento das ocorrências associadas ao vírus influenza A.

Nas crianças, o vírus sincicial respiratório (VSR) segue como o principal vírus identificado.

A análise, que tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 5 de julho, é referente à semana epidemiológica 26, período de 25 de junho a 1 de julho.

Em relação ao quadro de síndrome respiratória aguda grave (srag) no agregado nacional, o estudo sinaliza queda nos novos casos na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento a de curto prazo (últimas três semanas).

De acordo com análise, cinco estados - Acre (AC), Amapá (AP), Goiás (GO), Pará (PA) e Rio Grande do Norte (RN) - apresentam sinal de aumento de srag na tendência de longo prazo.

O boletim chama atenção que, no Acre, Amapá, Pará e Rio Grande do Norte, o crescimento recente está associado fundamentalmente às crianças.

Em Goiás, no entanto, o indício de aumento de srag está presente tanto em crianças e adolescentes quanto na população a partir de 65 anos.

Entre as capitais, nove têm indícios de crescimento de casos de srag. São elas: Belém (PA), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Na maioria delas, o sinal está presente principalmente nas crianças.

Embora a maioria dos Estados tenha sinal de estabilidade ou queda no agregado populacional, o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta que o momento ainda exige cuidados.

Ele chama atenção que diversos Estados das regiões Norte, Nordeste e Sul estão em situação de estabilidade em patamares elevados na população pediátrica.

"Tal cenário mantém a necessidade de atenção e ações para diminuição da transmissão de vírus respiratórios. As internações no público infantil manteve crescimento, semana após semana, durante um longo período. Mesmo tendo interrompido em alguns Estados, mantém números expressivos de novas internações. Isso faz com que os leitos pediátricos continuem com alta demanda", orienta.

No Amazonas, observa o pesquisador, verifica-se aumento recente nos casos de srag positivos para bocavírus entre crianças pequenas, doença que apresenta normalmente sintomas como rinorreia (secreção nasal excessiva), tosse, febre e chiado.

Em Santa Catarina, foram constatados casos positivos para rinovírus e metapneumovírus - um dos vírus mais frequente nas infecções do trato respiratório em crianças, depois do VSR.

Segundo o pesquisador, ainda assim, em ambos estados, o VSR mantém claro predomínio nessa faixa etária, como observado no resto do País.

GRIPE E COVID-19

Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária revelam manutenção na queda do predomínio dos casos positivos para covid-19 em todas as faixas etárias da população adulta.

Na população de 15 a 49 anos e de 50 a 64, o volume de casos positivos para influenza A, nas semanas recentes, é similar ao reportado para covid-19.

A partir de 65 anos, segundo o estudo, o predomínio de covid-19 ainda é claro, embora mantendo sinal de diminuição, enquanto o percentual associado aos casos positivos para influenza A mantém sinal de avanço em boa parte do País.

No entanto, já se observa indícios de possível interrupção no aumento de ocorrências de srag associados ao vírus influenza. A análise aponta ainda que entre as crianças pequenas se mantém o predomínio de casos associados ao VSR, dando lugar ao influenza A à medida que a idade avança ao público jovem.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 12,8% para influenza A; 4,5% para influenza B; 40,7% para VSR; e 22,4% para Sars-CoV-2 (covid -19).

Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 18,3% para influenza A; 4,7% para influenza B; 11,5% para VSR; e 58,1% para Sars-CoV-2.

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