DIABETES

Por que a diabetes pode levar à cegueira? Entenda o que é retinopatia diabética

Saiba o que é retinopatia diabética e a relação com a alta de glicose no sangue

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Cadastrado por

Flávio Oliveira

Publicado em 27/02/2024 às 10:02 | Atualizado em 27/02/2024 às 10:21
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O desequilíbrio nos níveis de açúcar no sangue, característico do diabetes, afeta o funcionamento do corpo de diversas maneiras, podendo levar a desconfortos e doenças. Uma delas é a retinopatia diabética, uma condição que compromete a função visual e pode até resultar em cegueira.

Quando detectada em estágio inicial, é possível controlar seu avanço. Por isso, é crucial que as pessoas com diabetes façam consultas regulares ao oftalmologista para monitorar a saúde dos olhos, além de cuidarem da alimentação.

Diabetes e problemas de visão

Normalmente, o açúcar produzido pelo corpo é convertido em energia para alimentar suas funções. No entanto, em pessoas com diabetes, os níveis de açúcar ficam descontrolados, levando a picos de hiperglicemia, que afetam os vasos sanguíneos e causam danos que prejudicam ou alteram o fluxo sanguíneo para os órgãos - incluindo os olhos.

Essa é a retinopatia diabética (RD). Ela afeta os pequenos vasos sanguíneos da retina, a parte do olho responsável por enviar imagens ao cérebro. Esses vasos ficam inflamados e a pressão resultante pode causar rupturas. Diabetes e cegueira frequentemente estão ligados porque o descontrole da doença pode levar à perda total e irreversível da visão.

Embora a retinopatia diabética possa se desenvolver em pessoas com diabetes após pelo menos dez anos, ela não afeta a visão imediatamente. Durante essa fase inicial, os vasos sanguíneos oculares podem acumular fluido e inchar. Além disso, novos vasos sanguíneos mais frágeis podem surgir (neovascularização). Por isso, é crucial monitorar a dieta e a saúde ocular de perto.

Quais os sintomas?

Quando ocorre a neovascularização, é comum que fluidos vazem e haja acúmulo de líquido no fundo do olho. Isso pode levar a distorção visual, visão borrada e, em casos graves, até cegueira.

Muitas vezes, o diagnóstico é feito apenas quando os sintomas se manifestam ou quando ocorre uma perda progressiva da visão. Se você tem diabetes, não espere sentir desconforto visual para procurar ajuda médica. Alguns sinais que indicam a necessidade de uma consulta imediata incluem:

- Manchas na visão;
- Pontos flutuantes;
- Visão borrada ou distorcida;
- Escotomas ou áreas de sombra na visão;
- Cicatrização lenta de lesões na córnea;
- Dor em um ou em ambos os olhos;
- Dificuldade na visão de perto - não relacionada à presbiopia;
- Catarata.

Desenvolver retinopatia diabética não significa necessariamente perder a visão. Por isso, é essencial realizar consultas oftalmológicas regulares, pelo menos uma vez ao ano, para verificar a saúde ocular. Um diagnóstico precoce e um tratamento adequado podem preservar a função visual. Fique atento!

A retinopatia diabética é grave?

Essencialmente, a doença é classificada em dois estágios: não proliferativa e proliferativa.

No estágio inicial, a não proliferativa, a retinopatia pode se desenvolver em qualquer momento após o início do diabetes. Nessa fase inicial, geralmente não há sintomas visuais, apenas alterações detectadas em exames da retina.

Já no estágio proliferativo, a relação entre diabetes e cegueira se torna mais significativa. Como é o estágio mais avançado, a retina envia sinais ao organismo para melhorar a circulação sanguínea. Isso leva ao surgimento de novos vasos sanguíneos em um processo chamado neovascularização.

No entanto, esses vasos são frágeis e propensos a romper, causando hemorragias e lesões na retina, resultando em perda gradual da visão ou desconforto visual, muitas vezes ignorado no início e diagnosticado tardiamente.

Tratamento

O oftalmologista determinará o melhor tratamento com base no estágio da retinopatia e no comprometimento da retina de cada paciente.

No entanto, uma dica vale para todos os pacientes com diabetes: manter os níveis de glicemia, colesterol e pressão arterial sob controle, pois esses fatores podem agravar a condição.

A fotocoagulação a laser é uma opção eficaz para tratar a retinopatia diabética, pois é usada para interromper sangramentos e controlar o crescimento de novos vasos sanguíneos. Além disso, outros tratamentos, como injeções intraoculares de corticoides e inibidores de crescimento, também são úteis para retardar os danos causados pela doença. Mais uma vez, apenas um médico poderá determinar o melhor curso de ação para cada caso.

Diabetes e cegueira nem sempre caminham juntas na vida de quem tem essa condição. Para evitar a perda de visão, mesmo que parcial, é essencial cuidar da alimentação para manter os níveis de açúcar no sangue sob controle e fazer consultas médicas regulares para monitorar a saúde dos olhos. Dessa forma, qualquer anormalidade pode ser tratada imediatamente, preservando a qualidade de vida e a função visual.

Exames oftalmológicos de rotina são a melhor maneira de cuidar da saúde ocular, seja você diabético ou não. No entanto, se você tem diabetes, é crucial fazer acompanhamento médico regular para evitar que a retinopatia diabética e outras condições oculares decorrentes do diabetes levem à cegueira. Portanto, consulte um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano.

*Com informações de Julia Herrera

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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