SAÚDE

Dormir mal pode causar diabetes? Entenda relação do sono com glicose alta

Veja qual a relação do diabetes e noites mal dormidas

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Cadastrado por

Flávio Oliveira

Publicado em 12/03/2024 às 10:30
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Uma noite mal dormida pode trazer uma série de dificuldades no dia seguinte, pois o sono desempenha um papel crucial em várias funções do organismo. No entanto, será que a privação de sono também pode levar ao aumento do açúcar no sangue?

A falta de sono ou a qualidade ruim do sono não apenas prejudica nossa concentração e humor, mas também pode ter impactos significativos no funcionamento do nosso corpo, indo muito além do que podemos imaginar.

Estudos científicos têm associado a má qualidade do sono a diversas condições metabólicas, como hipertensão arterial, colesterol alto e até diabetes tipo 2.

Por que a falta de sono pode aumentar a glicose no sangue?

Durante o sono, ocorrem processos fisiológicos essenciais para o bom funcionamento do corpo. Os tecidos são reparados, os neurônios consolidam as informações e alguns hormônios agem para regular as funções do organismo.

Por exemplo, os hormônios do sistema endócrino, como a insulina, atingem seu pico durante o sono, sendo responsáveis por transportar a glicose do sangue para dentro das células.

Quando o sono é insuficiente ou de má qualidade, o ciclo da insulina é afetado, dificultando suas funções. Isso resulta em um transporte inadequado da glicose sanguínea para dentro das células, onde ela é utilizada como energia. Como consequência, o açúcar pode se acumular no sangue, levando a uma condição chamada hiperglicemia.

Caso a hiperglicemia persista, o corpo pode desenvolver resistência à insulina, onde as células se tornam menos sensíveis ao hormônio, dificultando ainda mais o controle do açúcar no sangue. Com o tempo, isso pode evoluir para diabetes tipo 2.

Outro hormônio relevante nesse contexto é o cortisol, conhecido como o hormônio do estresse. O cortisol, quando produzido em excesso devido à falta de sono, pode aumentar os níveis de glicose no sangue, aumentando o risco de hiperglicemia e diabetes tipo 2.

A fome noturna

Pessoas com dificuldades para dormir podem acabar adotando hábitos alimentares prejudiciais durante a noite, pois a fome nesse período muitas vezes leva a escolhas pouco saudáveis.

Quando a fome ataca à noite, é comum optar por alimentos calóricos e de fácil acesso, como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes. Essa alimentação inadequada pode contribuir para o ganho de peso, aumento do colesterol e elevação da glicemia, representando um risco adicional para o desenvolvimento de diabetes.

O hormônio do sono

O ciclo circadiano, que regula as funções do corpo ao longo do dia, é influenciado por dois hormônios principais: cortisol e melatonina. Enquanto o cortisol nos mantém alertas durante o dia, a melatonina induz o sono à noite.

Em situações de estresse, a produção de melatonina pode ser prejudicada, afetando a qualidade do sono. O uso de melatonina como suplemento pode ser uma opção para corrigir essa deficiência, mas é importante consultar um médico antes de iniciar qualquer suplementação.

Como melhorar a qualidade do sono

A insônia pode ser causada por diversos fatores, como estresse, ansiedade, uso de certos medicamentos, consumo excessivo de café e tabagismo. No entanto, algumas medidas podem ajudar a melhorar a qualidade do sono:

- Estabeleça horários regulares para dormir e acordar.
- Pratique exercícios físicos regularmente, mas evite fazê-los próximo à hora de dormir.
- Evite o consumo de alimentos pesados e cafeína antes de dormir.
- Crie um ambiente propício para o sono, com pouca luz e temperatura agradável.
- Evite usar dispositivos eletrônicos antes de dormir, pois a luz emitida por eles pode interferir na produção de melatonina.
- Procure relaxar e evitar pensamentos estressantes na hora de dormir.

Seguindo essas recomendações, é possível melhorar a qualidade do sono e reduzir o risco de problemas metabólicos associados à falta de descanso adequado.

*Com informações de Mundo Boa Forma

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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