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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
IMUNIZAÇÃO

Poliomielite: Levantamento do Unicef mostra que 6.390 crianças podem não ter sido vacinadas em Pernambuco em 2023

A nível nacional, segundo o levantamento, o Brasil conseguiu retomar os avanços na imunização infantil, após anos de queda nas coberturas vacinais

Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 23/04/2024 às 14:44
A vacinação é fundamental para evitar casos de poliomielite
A vacinação é fundamental para evitar casos de poliomielite - Erasmo Salomão/Acervo Ministério da Saúde

Em 2023, o número de crianças que não receberam a primeira dose da vacina contra a poliomielite foi menor do que em 2022. É o que mostram novos dados analisados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo o levantamento, o Brasil conseguiu retomar os avanços na imunização infantil, após anos de queda nas coberturas vacinais no País, o que colocou em risco a saúde de milhões de crianças.

Mesmo com os avanços, ainda há crianças não vacinadas no Brasil, que precisam ser encontradas e imunizadas, em um esforço conjunto envolvendo Saúde, Educação e Assistência Social.

O levantamento do Unicef, feito com base em dados do Ministério da Saúde, mostra que nasceram 2,56 milhões de crianças no Brasil em 2022 e foram aplicadas 2,32 milhões de primeiras doses da pólio (VIP). Isso significa que 243 mil crianças não receberam a primeira dose contra a pólio.

Em 2023, esse dado melhorou: nasceram 2,42 milhões de crianças no Brasil, e foram aplicadas 2,27 milhões de primeiras doses da pólio injetável. Ficaram faltando 152,5 mil crianças sem vacina.

Em Pernambuco, em 2022, nasceram 117.437 crianças e foram aplicadas 111.284 primeiras doses da pólio (VIP) – o que significa que 6.153 crianças podem não ter recebido a primeira dose contra a doença. Em 2023, nasceram 109.234 crianças em Pernambuco e foram aplicadas 102.884 primeiras doses da pólio injetável – o que significa que 6.390 crianças podem não ter sido vacinadas.

"A retomada da imunização no Brasil é um avanço que merece ser comemorado, mostrando um esforço do País para cuidar da saúde de cada criança. Os desafios, no entanto, ainda existem e precisam ser adequadamente abordados. É urgente encontrar e imunizar cada menina e menino que não recebeu as vacinas", defende o representante do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil.

"Essa busca tem de ultrapassar os muros das unidades básicas de saúde e alcançar outros espaços em que crianças e famílias, muitas em situação de vulnerabilidade, estão. Nesta Semana Mundial de Imunização, destacamos a urgência de um compromisso de País, levando a imunização para escolas, CRAS e outros locais e equipamentos públicos", afirma Youssouf Abdel-Jelil.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressalta que o avanço das coberturas vacinais é resultado de um planejamento adotado desde o início da gestão, com a criação do Movimento Nacional pela Vacinação, a estratégia de microplanejamento, respeitando a realidade de cada Estado e município. "Sem contar a campanha contra a desinformação por meio do programa Saúde com Ciência. Entre 2023 e 2024, após todo esse esforço, registramos aumento nas coberturas vacinais de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário do Programa Nacional de Imunizações", diz Nísia Trindade. 

Para levantar os dados relativos à vacinação, o Unicef analisou base de dados do Ministério da Saúde, cruzando o número de crianças nascidas vivas a cada ano disponíveis no painel de nascidos vivos e o número de primeiras doses das vacinas contra pólio aplicadas no mesmo ano disponíveis no painel de vacinação do calendário nacional para 2023 e no Tabnet/DATASUS para 2022.

 

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