Queimaduras no período junino: Cuidados e primeiros socorros
Incidência de queimaduras aumenta em junho, quando há a festa de São João, de acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ)
Entre as características do período junino estão as fogueiras e os fogos de artifício. Contudo, o cuidado deve ser redobrado com esses itens para evitar queimaduras.
“Ficar distante de fogueiras e locais onde outras pessoas estão usando fogos de artifício. A maior parte das pessoas que costumam usar fogos não tomam as precauções necessárias para evitar acidentes, principalmente após consumo de álcool”, orienta Paulo Guedes, dermatologista do Hospital Jayme da Fonte. “Se beber, não solte fogos”, reforça.
O especialista também recomenda a constante vigilância das crianças nesse período: “Redobrar a atenção com crianças e adolescentes. Elas são atraídas pelas luzes e estampidos e não tem a experiência necessária para manipular bombinhas e outros tipos de artefatos explosivos.”
“A melhor forma de prevenção consiste em não adquirir fogos. Crianças com menos de 5 anos têm maior incidência de queimaduras, gerando internamentos e traumas físicos e psicológicos associados ao difícil e doloroso período de tratamento de lesões de natureza grave”, acrescenta o médico.
Um em cada quatro atendimentos de queimadura do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco durante os anos de 2022 e 2023 aconteceu durante os festejos juninos. É por isso que este mês é marcado pela campanha Junho Laranja, que visa conscientizar a população sobre os riscos de acidentes com queimaduras durante as festividades.
O que fazer ao sofrer uma queimadura?
A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) faz um alerta preocupante: um milhão de pessoas no Brasil sofrem queimaduras acidentais a cada ano. Mas apenas 10% dessas vítimas buscam atendimento médico especializado. A entidade também aponta que 70% dos acidentes acontecem dentro de casa.
“As queimaduras podem ser de primeiro, segundo e terceiro grau, dependendo da profundidade. As de primeiro grau, mesmo sendo superficiais, são muito dolorosas. As de segundo grau, atingem camadas mais profundas da pele, além de dolorosas, formam bolhas. As de terceiro grau, além de profundas, podendo haver exposição óssea, podem ser menos dolorosas em função da destruição de terminações nervosas”, explica Paulo.
O especialista também lista os primeiros socorros no caso de acidentes deste tipo: “Os cuidados imediatos das queimaduras são afastar de imediato a fonte de calor responsável, lavar as áreas afetadas com água limpa em temperatura ambiente, proteger o local com um pano limpo e procurar imediatamente socorro médico especializado. Não utilizar em nenhuma hipótese tratamentos aconselhados por leigos utilizando substâncias que podem piorar as lesões. Em caso de queimaduras graves acionar o SAMU ou Corpo de Bombeiros.”
O dermatologista alerta, ainda, sobre as sequelas de negligenciar esses cuidados. “As principais consequências da negligência no tratamento são decorrentes da formação de bolhas e perdas de tecido”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 180 mil pessoas morrem a cada ano em decorrência de queimaduras, tornando-se a quinta causa mais comum de lesões não fatais na infância. “Quando tratadas de maneira errada as lesões podem infectar e deixar sequelas extensas. Nestas áreas lesadas, depois de anos, podem se desenvolver neoplasias associadas a cicatrizes”, finaliza Paulo.
Hospital Jayme da Fonte
Referência no atendimento e tratamento em diversas áreas, inclusive as dermatológicas, o Hospital Jayme da Fonte conta com reconhecidos especialistas, além de um moderno centro diagnóstico por imagem.
“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”