O mês de agosto é marcado pelo Dia Nacional da Prevenção e Controle do Colesterol (8). A data foi estabelecida no Brasil com a missão de conscientizar sobre os riscos da hipercolesterolemia (colesterol elevado) e, assim, contribuir para a redução das doenças cardiovasculares, que estão entre as principais causas de mortalidade.
De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 40% da população brasileira têm colesterol alto. "A consequência mais grave do descontrole do colesterol é a formação de placas de ateroma (gordura) nas artérias do corpo. Por ser um problema sistêmico, pode acometer qualquer artéria e causar isquemia nos tecidos. No coração, pode levar ao infarto do miocárdio; no cérebro, causar AVC (acidente vascular cerebral)", explica o cirurgião cardiovascular do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Cristiano Berardo.
O colesterol é um tipo de gordura essencial para várias funções do corpo humano, como a formação das células, a produção de hormônios e a formação de ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras. No entanto, quando em níveis elevados, pode ser prejudicial à saúde.
A adoção de hábitos saudáveis, como a alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, é crucial para o controle dessas taxas.
"Uma alimentação saudável deve ser rica em frutas e verduras. É preciso também evitar gorduras saturadas. Tão importante quanto os alimentos é desenvolver o hábito de fazer exercício físico. Com essas duas atitudes, a perda de peso se torna uma consequência natural e as taxas tendem a ser controladas", ressalta Cristiano Berardo.
Os diferentes tipos de colesterol: LDL x HDL
A composição do colesterol pode ser de alta ou de baixa densidade, a depender da composição, com funções diferentes.
- Colesterol LDL: o colesterol combinado às lipoproteínas de baixa densidade é chamado de LDL. Em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas de gordura que aumentam o risco de obstrução e consequentemente, de infarto e acidente vascular cerebral. Por isso, o LDL é conhecido como “colesterol ruim” e seu nível deve ser mantido baixo.
A principal consequência do excesso do colesterol LDL, e consequentemente da obstrução das artérias, é o aumento do risco de doenças cardiovasculares como: infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (mais conhecido como derrame).
- Colesterol HDL: conhecido por ser quem “tira” o colesterol das células para ser eliminado, são lipoproteínas de alta densidade que, quando combinadas ao colesterol, são chamadas de HDL. Ele ajuda a evitar a obstrução das artérias, sendo conhecido como “colesterol bom” e seu nível deve ser mantido alto.
Quais as situações que podem aumentar o "colesterol ruim"?
- História familiar: O aumento do colesterol LDL pode ter origem genética. Nesse caso, o tratamento consiste em orientações sobre comportamentos saudáveis e acompanhamento regular por sua equipe de saúde.
- Comportamento sedentário: A prática regular de atividade física ajuda a reduzir o colesterol LDL.
- Alimentação inadequada: Alimentos ultraprocessados, que também podem ser fontes de gorduras saturadas, e o baixo consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, são fatores atrelados ao aumento do colesterol.
- Comorbidades: Condições como obesidade, diabetes e hipertensão arterial, quando não controladas, podem levar ao aumento do colesterol.
- Tabagismo: O hábito de fumar pode resultar em menores níveis de HDL (colesterol bom) e níveis mais elevados de LDL (colesterol ruim). Com isso, aumentam o risco de formação de placas e obstrução das artérias.