Setembro Amarelo: adolescentes são grupo de risco para o suicídio

Setembro Amarelo traz à tona a relevância de discutir estratégias de prevenção ao suicídio, com ênfase no cuidado com a saúde mental dos adolescentes

Publicado em 12/09/2024 às 10:29

Durante este mês acontece nacionalmente a campanha “Setembro Amarelo”, que visa conscientizar a população acerca da prevenção ao suicídio e doenças psicológicas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de mil crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos cometem suicídio no Brasil por ano. O número é alarmante e lança luz sobre a necessidade de promover a saúde mental e a prevenção ao suicídio, principalmente nessa faixa etária.

Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós-graduação e forma psicólogos atuantes, a solidão é um sentimento comum em adolescentes que tentam o suicídio.

“Sabemos que a falta de alguém para dividir experiências e tristezas pode desencadear uma série de problemas emocionais, e há estudos que relacionam adolescentes com baixo índice de habilidades sociais à presença de transtornos psicológicos, como depressão, transtornos de ansiedade e transtornos relacionados ao uso de substâncias”, conta.

A adolescência é um período que desperta a necessidade de pertencimento, a busca por aprovação, além de colocar os indivíduos em situações de vulnerabilidade, influenciando comportamentos e temperamentos.

Intervenção psicoterapêutica

É necessário estar atento aos sinais de transtornos mentais. Muitos pais têm dificuldade em perceber sinais de sofrimento psicológico em jovens e adolescentes, confundindo os sintomas com mudanças típicas da idade.

Danilo Suassuna acredita que é necessário buscar soluções, avaliar e intervir para diminuir os casos de suicídio entre adolescentes, e uma das soluções seria o uso de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que também pode ser aplicada de forma preventiva juntamente com a família.

Para o especialista, a TCC pode ajudar o adolescente a regular suas emoções e trabalhar a sociabilidade. “Entre outras coisas, a técnica procura ajudar o jovem a reconhecer habilidades para resolução de problemas; busca ferramentas que o ajudem a identificar as razões para viver, e o incentiva a buscar sua rede de apoio e tratamento psiquiátrico se preciso”, afirma.

O suicídio ainda é considerado por muitos um tabu, entretanto o tema precisa ser discutido com responsabilidade. Por conta das alterações hormonais, os adolescentes acabam se tornando um grupo de risco. É fundamental ter atenção aos sinais e prevenir.

Se você ou alguém do seu convívio está passando por dificuldades psicológicas, não exite em telefonar para o Centro de Valorização da Vida (CVV) no telefone 188, ou para o Samu (192).

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